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Segundo ‘O Hobbit’ acerta o tom ao acelerar o passo e aumentar a ação

'A Desolação de Smaug', novo episódio da saga de Bilbo Bolseiro, empolga com boas sequências de batalha, mas ainda erra ao tentar embutir seriedade em uma história que deveria ser apenas divertida

Por Juliana Zambelo
13 dez 2013, 14h06

Quem se desanimou com a primeira parte de O Hobbit, com sua exagerada duração de 2h49, marcada por sequências e diálogos que se arrastavam para além do necessário, pode retornar à saga com um entusiasmo renovado. Na segunda parte da trilogia dirigida por Peter Jackson, que estreia no Brasil nesta sexta-feira, o hobbit Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) e uma comitiva de anões enfrentam desafios maiores e aventuras mais espetaculares, que tornam o filme mais envolvente e dinâmico, apesar de também beirar as três horas de projeção.

A história, no entanto, continua não impressionando muito, afinal, todos esses filmes enormes derivam de um livrinho menor – em tamanho, mesmo – escrito para crianças pelo criador de O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien, e o esforço do diretor para fazer a saga parecer mais profunda do que é acaba se tornando seu maior problema.

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O Hobbit: A Desolação de Smaug segue acompanhando a viagem do hobbit e treze anões através da Terra Média, o universo criado por Tolkien para a sua literatura. Com o apoio de Bilbo, recrutado pelo mago Gandalf (Ian McKellen) para a jornada, os anões buscam reaver a posse da Montanha Solitária, antigo lar de seu povo, tomado anos antes pelo dragão Smaug em uma batalha devastadora. O local guarda uma imensa fortuna em ouro e pedras preciosas, acumulada pelos anões graças a seu trabalho nas minas. Na liderança, está Thorin (Richard Armitage), filho do antigo rei dos anões e herdeiro do trono.

A caminhada começou em O Hobbit – Uma Jornada Inesperada, lançado em dezembro de 2012, com fatos que antecedem aqueles relatados na obra maior de Tolkien, O Senhor dos Anéis. O primeiro longa custou 180 milhões de dólares (415 milhões de reais) e faturou mais de 1 bilhão de dólares (2,3 bilhões de reais) em todo o mundo, apesar das críticas. À época, o filme foi considerado inferior aos da trilogia O Senhor dos Anéis, também dirigida por Jackson, e a divisão de um livro de 300 páginas em três grandes episódios, de quase três horas cada um, foi vista com suspeita por muitos, que enxergaram um excesso em nome do lucro.

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O segundo filme começa com um flashback, um encontro de Thorin e Gandalf em uma taverna escura, em que o mago convence o filho do rei a assumir a responsabilidade por seu povo e enfrentar o dragão que se apossou da montanha. Sem muito a acrescentar, a cena climática serve apenas para introduzir a história antes de reinserir o espectador na caminhada dos anões – dessa vez, ainda bem, em ritmo mais acelerado. O filme embarca no encalço da tropa de Thorin, que tenta escapar do ataque letal dos orcs e tem pela frente uma floresta dominada pelo mal, aranhas gigantes famintas e uma cidade controlada por homens decididos a impedir que eles despertem o dragão, há muito adormecido.

https://youtube.com/watch?v=fnaojlfdUbs%3Frel%3D0

Diferente do que acontecia no primeiro filme, em que os momentos de perigo extremo eram resolvidos de forma quase milagrosa por Gandalf, que aparecia no último segundo para salvar a todos, desta vez o bando tem que se virar sozinho. Isso porque, a certa altura, o mago parte sozinho para investigar a pista de que está para surgir um problema muito maior que um velho dragão adormecido. A separação vai permitir que valores individuais dos anões apareçam e que Bilbo tenha a chance de se destacar pela inteligência e pela coragem.

Bilbo guarda, em segredo, o mágico Anel do Poder, que ganhou do sinistro Gollum no filme anterior, e faz uso da invisibilidade oferecida pelo artefato para se safar de ameaças e ajudar os amigos, mas começa a ser influenciado por sua atração nefasta. Vale lembrar que o mote de O Senhor dos Anéis, saga que se passa em um período posterior a O Hobbit, é a jornada de Frodo, protegido de Bilbo, para destruir esse mesmo anel e impedir que as forças do mal dominem o planeta, tamanho é seu poder.

No meio do caminho, o grupo passa pela fortaleza dos elfos, onde, devido a uma antiga rivalidade, é levado à prisão. Apesar de atrasar a jornada, é nesse encontro com os elfos que o filme tem os seus melhores momentos. Além da volta de Legolas (Orlando Bloom), um dos personagens principais de O Senhor dos Anéis, aparece Tauriel (Evangeline Lilly), elfa valente e sensível que não existe na história original de Tolkien. Sua presença bem-vinda abre espaço para o feminino, até então relegado a uma breve participação de Cate Blanchett como Galadriel no primeiro filme da trilogia, e cria possibilidades para que surja um pouco de romance.

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Para libertar os anões da prisão e permitir que eles sigam a sua jornada, Bilbo coordena uma escapada engenhosa, que dá início à melhor sequência de ação de toda a trilogia até o momento: ele convence os anões a entrar em barris e os solta corredeira abaixo. A cena começa em tom cômico, mas logo a fuga coloca frente a frente anões, elfos e orcs e a luta entre os três grupos é longa e sangrenta. O diretor Peter Jackson orquestra a batalha com perfeição, criando um momento tenso e divertido na mesma medida. Adiante, o encontro dos viajantes com o temido dragão volta a entusiasmar.

A sensação de que o filme leva a história mais a sério do que deveria, no entanto, permanece ao fim da sessão. Apesar dos inimigos fortes e da ameaça iminente do mal que está para se instalar sobre a Terra Média (cujos desdobramentos são narrados em O Senhor dos Anéis), O Hobbit é uma história leve, mais para filme de fantasia e ação para as matinês do que para drama épico. E fazer com que os atores pronunciem cada frase com voz pausada e grave, sem falar na expressão consternada, não é suficiente para mudar isso. Essa busca por uma falsa profundidade cansa ao longo da sessão.

Se, na última parte dessa história, Jackson deixar um pouco essa preocupação de lado e proporcionar mais sequências empolgantes como a fuga nos barris, fará o encerramento que a saga pede. A espera será, mais uma vez, de um ano: O Hobbit: Lá e de Volta Outra Vez tem estreia prevista para dezembro de 2014.

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