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Retorno de Wong Kar-wai abre Festival de Berlim

Cineasta chinês aborda artes marciais em primeiro filme em seis anos. Fora do páreo, Brasil é representado por curtas, um documentário sobre Hélio Oiticica e longa de Bruno Barreto com Glória Pires

Por Mariane Morisawa, de Berlim
7 fev 2013, 06h42

The Grandmaster (O Grande Mestre, na tradução literal do inglês), primeiro filme do diretor Wong Kar-wai (Amor à Flor da Pele) em seis anos, dá partida nesta quinta-feira ao 63º Festival de Berlim. Em vez de falar de amor, como costuma fazer, o cineasta chinês radicado em Hong Kong trata agora de artes marciais, a partir do perfil do mestre de kung fu Ip Man, o professor de Bruce Lee. O filme passa fora de concurso, porque Kar-wai é presidente do júri.

O Brasil não disputa troféus desde 2008, quando Tropa de Elite venceu o Urso de Ouro, mas tem representantes em outras seções do festival. Entre os concorrentes aos prêmios principais de Berlim, há dez filmes europeus, quatro dos Estados Unidos, três da Ásia, um do Canadá e outro do Chile, Gloria, de Sebastián Lelio, o único representante latino-americano. Conhecido pelas produções de cunho político e social, Berlim traz alguns nomes pop neste ano, como Steven Soderbergh, com Side Effects, estrelado por Rooney Mara, Channing Tatum e Jude Law, e Promised Land, de Gus Van Sant, com Matt Damon. O iraniano Jafar Panahi, condenado a seis anos de prisão e banido de qualquer atividade artística por vinte, assina a direção de Pardé (Cortina Fechada, na tradução literal do inglês), com Kamboziya Partovi, sobre um homem e uma mulher que, perseguidos, escondem-se em uma casa perto do mar.

Queridinho de festivais, o sul-coreano Hong Sangsoo, que esteve em Cannes com In Another Country, volta com Nugu-ui Ttal-do Anin Haewon, ou “filha de ninguém Haewon”, enquanto o austríaco Ulrich Seidl, que integrou a competição oficial de Cannes com Paradies: Liebe (Paraíso: Amor, em tradução livre do alemão) e de Veneza com Paradies: Glaube (Paraíso: Fé), fecha sua trilogia polêmica com Paradies: Hoffnung (Paraíso: Esperança).

Fora de disputa – Na seleção oficial, mas fora de competição, há outros filmes aguardados, como Before Midnight (Antes da Meia-Noite), terceira parte da trilogia composta por Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-Sol, dirigida por Richard Linklater e estrelada por Julie Delpy e Ethan Hawke. Já o holandês Dark Blood, de George Sluizer, é o último longa-metragem do ator River Phoenix, irmão de Joaquin Phoenix e morto há vinte anos, de overdose, em Los Angeles. Os Croods, animação em 3D dos estúdios DreamWorks, também é exibida em primeira mão.

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Na seção Panorama, a principal paralela, são apresentados alguns filmes de aura mais pop, como Don Jon’s Addiction, estreia na direção do ator Joseph Gordon-Levitt (de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge e Looper), Lovelace, com Amanda Seyfried no papel da atriz Linda Lovelace, do filme erótico Garganta Profunda, e Interior. Leather Bar., do também ator James Franco e Travis Matthews, que recria cenas explícitas cortadas do longa Parceiros da Noite, de William Friedkin. Todos têm a ver com sexo, o que parece ser uma tendência do cinema independente americano atual.

Também participa da mesma mostra o brasileiro Flores Raras, de Bruno Barreto, sobre a história de amor entre a poetisa americana Elizabeth Bishop (interpretada por Miranda Otto) e a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares (vivida por Glória Pires). Ainda na Panorama, há Habi, la Extranjera, de María Florencia Álvarez, produzido por Walter Salles e com a atriz Maria Luísa Mendonça no elenco.

O Brasil também está presente na mostra Forum com o documentário Hélio Oiticica, colagem de filmes e gravações feitas pelo artista dirigida por Cesar Oiticica Filho. Uma série de outros eventos, como uma instalação na Hamburger Bahnhof e outra no Liquidrom, também fazem parte das comemorações em torno do artista. Para completar a participação brasileira, três curtas na seção Geração, destinada a crianças e adolescentes: O Pacote, de Rafael Aidar, Destimação, de Ricardo de Podestá, e a coprodução com o Vietnã O Caminhão do Meu Pai, de Mauricio Osaki. O Festival de Berlim se encerra no dia 17. Os premiados serão anunciados no penúltimo dia.

Filmes em competição:

Camille Claudel 1915 (França), de Bruno Dumont

Dolgaya Schastilivaya Zhizn (A Long and Happy Life, Rússia), de Boris Khlebnikov

Elle s’en Va (On My Way, França), de Emmanuelle Bercot

Epizoda u Zivotu Beraca Zeljeza (An Episode in the Life of an Iron Picker, Bósnia e Herzegovina/França/Esclovênia), de Danis Tanovic

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Gloria (Chile/Espanha), de Sebastián Lelio

Gold (Alemanha), de Thomas Arslan

La Religieuse (The Nun, França/Alemanha/Bélgica), de Guillaume Nicloux

Layla Fourie (Alemanha/ África do Sul / França / Holanda), de Pia Marais

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The Necessary Death of Charlie Countryman (EUA), de Fredrik Bond

Nugu-ui Ttal-do Anin Haewon (Nobody’s Daughter Haewon, Coreia do Sul), de Hong Sangsoo

Paradies: Hoffnung (Paradise: Hope, Áustria, França/Alemanha), de Ulrich Seidl

Pardé (Closed Curtain, Irã), de Jafar Panahi e Kambozia Partovi

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Pozitia Copilului (Child’s Pose, Romênia), de Calin Peter Netzer, Romênia

Prince Avalanche (EUA), de David Gordon Green

Promised Land (EUA), de Gus Van Sant

Side Effects (EUA), de Steven Soderbergh

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Uroki Garmonii (Harmony Lessons, Cazaquistão/Alemanha), de Emir Baigazin

Vic+Flo On Vu un Ours (Vic+Flo Saw a Bear, Canadá), de Denis Côté

W Imie… (In the Name of, Polônia), de Malgóska Szumowska

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