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Porta dos Fundos ‘deleta’ vídeos que não agradam ao grupo

Na introdução à reunião de roteiros que lançam agora em livro, humoristas contam que 'aprenderam a jogar fora' mesmo esquetes que já estão prontos

Por Da Redação
1 ago 2013, 15h41

Apesar do sucesso do Porta dos Fundos, que soma mais de 330 milhões de cliques na internet, o grupo de humor carioca não coloca qualquer vídeo no ar. Ao menos, é o que afirma na introdução de Porta dos Fundos, reunião de roteiros que a trupe lança em livro na próxima semana (Sextante, 240 páginas, 49,90 reais), com noites de autógrafo no Rio e em São Paulo.

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“A pergunta que a gente mais faz é: ‘Isso tá realmente engraçado? Quando não tá, alguém diz: ‘Não tá’. E o vídeo, mesmo que já tenha sido produzido, filmado ou editado, não vai ao ar. A gente aprendeu a jogar fora”, diz trecho da introdução, assinada a doze mãos pelos humoristas Antonio Pedro Tabet, Fábio Porchat, Gabriel Esteves, Gregorio Duvivier, Ian SBF e João Vicente de Castro. O Porta dos Fundos conta ainda com a atriz e cantora Clarice Falcão e as atrizes Julia Rabello e Letícia Lima, entre outros, no elenco.

O livro traz também um breve prefácio do escritor Luis Fernando Verissimo, com um elogio rasgado ao trabalho do Porta dos Fundos. “Nunca antes o humor brasileiro tinha sido tão ousadamente inteligente.” Porta dos Fundos, o livro, terá noites de autógrafo no dia 7 de agosto, em São Paulo, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, e no Rio de Janeiro, no dia 8, na Livraria Travessa do Shopping Leblon.

Confira abaixo um dos 37 roteiros selecionados para o livro:

“NA LATA

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(De Fábio Porchat)

Eu nunca achei meu nome na latinha – e olha que eu me chamo Fábio! Isso me fez pensar: se eu não encontro o meu nome, o que dirá a Brigite. Foi o ponto de partida para brincar com nomes esquisitos, difíceis, feios… enfim, nomes. Curioso que, ao escolher como chamaria os personagens, minha primeira opção foi Kélen e Uélerson. Acho interessante imaginar como as pessoas reagem a seus próprios nomes. Se elas gostam, odeiam, consideram diferentes…

O tom do personagem quem me deu foi o Ian S B F. Eu estava um pouco expansivo demais e ele pediu pra eu segurar. Ficou preciso: um cara calmo que tem noção das coisas. As pessoas riem daquilo que elas conhecem, sobre o que têm alguma referência. Os nomes na latinha viraram uma febre, todo mundo queria se achar, comprar e guardar em casa como um troféu. Foi uma campanha simples e ótima da Coca. Principalmente pra sacanear! – F.P.

(Supermercado. Na prateleira, várias Coca Zero. Mulher olha uma a uma as latinhas procurando seu nome. Uma atendente se aproxima.)

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ATENDENTE – Opa! Tudo bem? Quer alguma ajuda? Tá procurando alguma coisa?

MULHER – Tô procurando meu nome na latinha…

ATENDENTE – Ah, legal! Qual é seu nome?

MULHER – É Kélen!

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ATENDENTE – É… Kélen, não. Kélen é ruim, nome m… não tem.

MULHER – Como assim?

ATENDENTE – Nome de p… a Coca não faz. Nunca vi Sheila, Brigite…

MULHER – Gente, você tá louco? Você tá maluco?

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ATENDENTE – Ah, tá. Kélen é legal? Kélen agora é um p… nome. É um nome bíblico, a mãe de Cristo… (faz aspas com os dedos no ar) Kélen. Kélen é ruim. Meu nome é Uélerson e não é por isso que tô aqui procurando meu nome na latinha, porque Uélerson é um nome b… e eu tenho consciência disso…

MULHER – Tá ok, Uélerson, mas eu já achei Kelly. Então, se tem Kelly, de repente tem meu nome…

ATENDENTE – Sim, mas Kelly é um nome. Kélen é a derivação m… desse nome. Por duas letras seu pai te amaldiçoou pra sempre…

MULHER – Tá bom, obrigada! Mas eu vou continuar procurando, porque eu sei que vou achar!

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ATENDENTE – Você não vai (enfatiza) achar. Se quiser achar, procura na promoção aqui embaixo, que é a promoção do Dolly. É bem semelhante, só que com nome m… (retira embalagens de Dolly da prateleira) Tem Sâmila, Tábata, muito bacana. Tem nome errado também, Cráudio. Tem um que gosto muito, que é Grória. Essa levei pra minha mãe. Se não achar no Dolly, acho que a promoção da Sukita é a tua onda!

(Entrega as garrafinhas de Dolly para Kélen e sai de cena.)”

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