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O teste dos calouros de ‘Cheias de Charme’

A dupla Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, que estreia agora como titular com a trama das sete, colaborou em cerca de dez novelas antes de assinar uma

Por Mariana Zylberkan
6 Maio 2012, 08h48

Há três semanas, os autores Filipe Miguez e Izabel de Oliveira passaram de colaboradores a titulares de uma trama pela primeira vez. O capítulo de estreia da atual novela das sete, Cheias de Charme, virou assunto nas redes sociais e alcançou audiência considerada boa para o horário, 33 pontos.

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A história das três empregadas domésticas – Penha (Taís Araújo), Rosário (Leandra Leal) e Cida (Isabelle Drummond) – que se unem para vencer na vida diz um pouco sobre a trajetória profissional de Miguez, que colaborou em quatro novelas de Aguinaldo Silva antes de se lançar em Cheias de Charme. Conhecido por basear seus enredos em personagens femininas e fortes, o autor de Fina Estampa é a principal inspiração para o estreante. ” Sinto muito a influência do mestre no que escrevo.”

A parceira, Izabel de Oliveira. também teve uma mentora: Ana Maria Moretzshon, com quem trabalhou em seis novelas. A seguir, os dois falam sobre a trajetória profissional que percorreram até se tornarem autores titulares.

A abertura para novos talentos é uma necessidade da emissora?

Filipe Miguez: É um processo natural. Vejo como uma responsabilidade grande entrar para o time de feras que fizeram e fazem a televisão brasileira. Acho que um dia algum neurocientista ainda vai investigar o cérebro dos autores de novela.

Izabel de Oliveira: É muito bacana pertencer a uma geração com nomes tão fortes como Duca Rachid, Thelma Guedes, Licia Manzo, para citar alguns – fora os que ainda vêm por aí. E um privilégio ver nossas histórias no ar junto a tramas de gênios como Gilberto Braga, Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares, Sílvio de Abreu, Glória Perez e tantos outros.

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Como vê o ofício de escrever novelas?

Filipe Miguez: Como um tremendo desafio, uma imensa responsabilidade e uma realização profunda. A novela é a dose de ficção diária que ajuda o povo brasileiro a elaborar suas questões, enquanto emociona e diverte. Não é pouca coisa.

Izabel de Oliveira: É muito trabalhoso, você tem que ser muito disciplinado, mas é apaixonante.

O que coloca do seu lado pessoal nas tramas?

Filipe Miguez: Escrever é sempre muito pessoal. Diria que coloco o meu olhar sobre as coisas.

Izabel de Oliveira: A gente tem um país tão incrível e um povo tão criativo, acho que o orgulho que sinto de ser brasileira acaba aparecendo nas minhas histórias.

Ter colaborado com autores renomados influenciou seu estilo?

Filipe Miguez: Acho que não tem autor de novela que não goste de um personagem feminino forte, já que as tramas geralmente giram em torno de heroínas e vilãs. Mas ter trabalhado com o Aguinaldo Silva me influenciou de diversas maneiras. Fiz quatro novelas com ele e sinto muito a influência do mestre no que escrevo.

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Izabel de Oliveira: A Ana Maria Moretzshon foi a primeira autora a me chamar para trabalhar, na novela Perdidos de Amor. No total, colaborei com ela em seis novelas. A primeira trama com que colaborei na Globo foi Esplendor. A Ana me ajudou a dar os primeiros passos como roteirista, me ensinou muita coisa. É uma autora com uma intuição imensa, muita noção de estrutura.

Como começou a escrever?

Filipe Miguez: Lembro de aos 13 anos já ter uma relação de tietagem com Gilberto Braga. Além de adorar as tramas e o gênero, achava que aquela era uma vida que eu gostaria de ter, trabalhando em casa, emocionando as pessoas, contando histórias para tanta gente.

Izabel de Oliveira: Eu escrevo desde criança, fazia livrinho de história quando era menina e sempre fui apaixonada por novela. Com nove anos de idade, assisti a Dancin’ Days, que mudou a minha vida. Eu era completamente fascinada por aqueles personagens. Acho que foi aí que começou esse desejo de escrever. A minha dissertação de mestrado foi sobre folhetim, eu nunca deixei de me interessar pelo gênero. Essa forma de narrar uma história, em fatias, cada dia revelando um pouquinho da trama até deixar o fã meio viciado, sempre me encantou.

Qual sua formação?

Filipe Miguez: Me formei em Comunicação Social, como jornalista e publicitário, mas nunca trabalhei com isso. Meu primeiro emprego formal foi na própria TV Globo, como roteirista.

Izabel de Oliveira: Eu sou formada em jornalismo e fiz mestrado em Literatura Comparada. Trabalhei dois anos como assistente editorial.

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Qual novela foi mais marcante para você?

Filipe Miguez: São tantas… Vale Tudo, dos mestres Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères; Renascer, de Benedito Ruy Barbosa; Guerra dos Sexos, de Silvio de Abreu; Vereda Tropical, de Carlos Lombardi; Locomotivas, de Cassiano Gabus Mendes; Selva de Pedra, da Janete Clair; Senhora do Destino, do Aguinaldo, na qual tive a oportunidade de participar.

Izabel de Oliveira: Foram várias, mas vou citar Dacin Days, porque teve esse efeito “devastador” na minha vida. De personagens, me marcaram a Maria de Fátima, a Viúva Porcina e a Gabriela, entre outras. Geralmente, me marcam as personagens femininas.

Qual é a primeira coisa que pretende fazer depois de entregar o último capítulo de Cheias de Charme?

Filipe Miguez: Se for de madrugada como costuma ser, vou ver o dia nascer ouvindo Manhã de Carnaval, de Luiz Bonfá, na voz da Elisete Cardoso. Há muitos anos, este tem sido o meu ritual do ponto final.

Izabel de Oliveira: Vou para a Bahia!

Tem planos para uma próxima novela?

Filipe Miguez: Izabel e eu já estamos trocando umas ideias, mas é cedo para falar! (Risos)

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