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O punk cigano do Gogol Bordello, atração do Lollapalooza

Vocalista da banda, o ucraniano Eugene Hutz mora no Rio há três anos

Por Carol Nogueira
3 abr 2012, 09h58

Assistir a um show da banda Gogol Bordello é algo como dar a volta ao mundo num sonho em que acontece tudo de mais bizarro. À primeira vista, é sensacional. Animado, diferente e bastante musical, já que o grupo tem integrantes de diferentes partes do mundo. O vocalista, Eugene Hutz, é ucraniano, e os demais – atualmente, são oito – vêm de culturas distintas entre si, como a russa, a israelense, a etíope, a chinesa e a equatoriana. A mistura resulta em um gênero que ficou conhecido como gypsy punk (punk cigano), porque mistura rock a instrumentos tradicionais da música cigana, como violino e acordeão. Tanta informação pode tornar a apresentação cansativa, mas ideal para festivais como o Lollapalooza, em que os espectadores acabam vendo apenas trechos de cada show, em um esquema de degustação. A banda é uma das atrações do domingo (8) no evento, que acontece neste fim de semana no Jockey Club de São Paulo.

Durante o show, Hutz, o mentor do grupo, é o que mais chama atenção. Correndo de um lado para o outro do palco, sem camisa e com o violão pendurado na altura do peito, o cantor parece completamente desequilibrado. Mas, há três anos se dividindo entre Boiarka (sua cidade-natal na Ucrânia), Nova York (nos Estados Unidos) e o bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro, onde comprou casa em 2009, o vocalista diz ter encontrado o equilíbrio. “Meus amigos me dizem que tenho a melhor vida do mundo, e eu tendo a concordar”, disse, em entrevista ao site de VEJA.

Embora o grupo já tenha lançado seis discos (o último foi Trans-Continental Hustle, em 2010), e Hutz tenha virado estrela do cinema, protagonizando vários filmes (entre eles, o independente Filth and Wisdom, que marcou a estreia da cantora Madonna na direção), a banda não tem uma agenda cheia de planos. “Eu tenho material gravado que é suficiente para mais uns cinco álbuns, mas quero fazer outros projetos. Estou gravando um disco de música eletrônica com um músico do Rio chamado Pedro Meirelles. Também quero aproveitar que estou conhecendo muitos artistas brasileiros interessantes para levá-los para tocar fora do país”, revela Hutz, que fala aqui de um dos poucos compromissos que tem confirmados: o show no Lollapalooza nacional.

Leia abaixo a entrevista com o músico.

Você está morando no Rio há quanto tempo? Há três anos. Estou morando em uma casinha em Ipanema, é o melhor lugar do mundo. Passo alguns meses aqui, depois vou para Nova York, e também passo algum tempo na Ucrânia, onde nasci. Mas este é o melhor lugar do mundo. Adoro passar o Carnaval aqui, sempre vou para Pernambuco, que tem o melhor Carnaval do mundo. Não gosto muito do Carnaval do Rio, porque fica cheio demais e também porque não sou fã dos desfiles das escolas de samba. Mas Pernambuco tem mulheres lindas e é bem divertido.

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E qual é a sensação de ser chamado para tocar num festival tão grande no país em que você está morando? É incrível, não poderia ser melhor. Já tocamos no Lollapalooza algumas vezes, é um festival com uma ótima energia. Acho que vai ser divertido. Só gostaria que ele acontecesse no Rio, em vez de São Paulo (risos). Brincadeira, eu gosto muito de São Paulo, também. Lembro que tocamos em 2008 no TIM Festival e foi demais. Acho que foi um dos nossos primeiros shows por aqui e a plateia enlouqueceu.

Seu último disco, Trans-Continental Hustle, é de 2010. Quando pretendem lançar um álbum novo? Ah, eu tenho material gravado para mais uns cinco discos, mas não quero fazer isso agora. Quero me concentrar em outros projetos que estou fazendo. Estou, por exemplo, gravando um disco de música eletrônica com um carioca chamado Pedro Meirelles. Quando algum amigo meu vem tocar no Brasil, chamo para conhecer minha casa, onde montei um pequeno estúdio, e fazemos algumas sessões de gravação. Tem saído coisas interessantes. A última delas foi com o pessoal do System of a Down.

Você também gravou com o cantor brasileiro Otto, recentemente, para a coletânea Red Hot + Rio. Gosta de quais outros brasileiros? Adoro todo mundo! Tenho muita vontade de levar artistas brasileiros para tocar fora do país. Há alguns festivais em que tenho passe livre e poderia chamar alguém para tocar, mas sinto que os artistas brasileiros não se ligam nisso. Já aconteceu de eu convidar e eles se negarem, porque não ficaram a fim, ou porque o festival só paga a passagem, mas não o cachê. Mas tudo bem, eu entendo. Acho que, se eu tivesse nascido aqui, também não iria querer ir embora. Deve ser ótimo fazer sucesso no Brasil.

Quem você gostaria de levar? Adoraria levar a Nação Zumbi e o DJ Chernobyl, um amigo meu daí de São Paulo com quem gravei um EP. Eu canto em ucraniano em duas faixas.

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