Futuro das protagonistas do 1º beijo gay deve ser decidido em enquete
Tiago Santiago, autor de 'Amor e Revolução', do SBT, quer perguntar a internautas se personagem de Giselle Tigre deve terminar com a de Luciana Vendramini. E também se deve haver cena de sexo entre elas
Não é novidade que novelas são ditadas pelo gosto do público. A opinião do espectador, capaz de mover e demover patrocinadores, já chegou a matar – de mentirinha, é claro. E agora se explicitará numa ação do autor de Amor e Revolução, a novela do SBT que se passa no período da ditadura e exibe entre esta quarta e quinta-feira o primeiro beijo gay da teledramaturgia brasileira. O dramaturgo Tiago Santiago quer perguntar ao público, via internet, se as protagonistas do tal beijo, Marina (interpretada por Giselle Tigre) e Marcela (Luciana Vendramini), devem termninar juntas na trama. E estuda perguntar também se deve escrever uma cena de sexo para elas.
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“Tenho muita vontade de fazer a cena de amor entre elas, porém, me segurei depois do beijo, para não desrespeitar o público mais conservador, e estou estudando melhor a questão”, diz Santiago. “O (diretor da novela) Reynaldo Boury é um dos que adora a ideia. Pode ser que a cena seja feita depois de uma enquete ou que apenas tomemos a decisão, sozinhos, se o beijo, que vai ao ar de fato nesta quinta, tiver boa repercussão. O que posso garantir é que haverá a votação para escolher entre dois possíveis finais: se Marina fica com Marcela ou com Tiago (Mario Cardoso).”
A repercussão do beijo entre as personagens de Giselle Tigre e Luciana Vendramini também será decisiva para a exibição do primeiro beijo gay masculino, entre Duarte (Carlos Thiré) e Jeová (Lui Mendes). De acordo com o autor de Amor e Revolução, é mera coincidência que o anúncio do beijo entre Marina e Marcela tenha sido feito no dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou o reconhecimento da união estável homoafetiva. A trama da novela do SBT, que fala de ditadura no momento em que se discute a criação de uma comissão para investigar os crimes do período, vem coincidindo com a agenda política do país.
“A exibição do beijo vem a calhar por coincidência com o reconhecimento dos direitos de homossexuais, que na verdade não exercem opção sexual, porque nasceram assim, e devem ser aceitos e compreendidos na sociedade”, diz Santiago. “É mais um passo na luta contra a homofobia, que é maléfica e violenta, produto da intolerância e falta de amor, e deve ser combatida e criminalizada.”
A votação sobre o final da novela deve ter início por volta do capítulo 100, segundo o autor, que ainda não sabe onde a enquete será publicada – se no seu próprio site ou no do SBT. Amor e Revolução exibe nesta quinta-feira seu 28º capítulo.
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