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‘Entre Nós’ é drama nacional com jeito de filme argentino

Longa de Paulo Morelli tem elenco formado por atores com amizade entre si, para retratar o processo de amadurecimento de um grupo de jovens

Por Mariana Zylberkan
27 mar 2014, 08h41

Os atores Carolina Dieckmann, Caio Blat, Maria Ribeiro e Paulinho Vilhena são amigos na vida real. Justamente por isso, foram escalados para o elenco de Entre Nós, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas nacionais. Filme de Paulo Morelli (Cidade dos Homens), codirigido por seu filho, Pedro Morelli, o longa se utiliza do vínculo afetivo real que une os atores para retratar o processo de amadurecimento de um grupo de jovens que, abalado por uma tragédia aos vinte e poucos anos, se reencontra uma década depois. O clima no estilo “sexo, drogas e rock n’ roll” é quebrado pela atmosfera melancólica, permeada por muitos (até demais) momentos de introspecção.

O drama geracional reúne algumas boas atuações, outras nem tanto, porém o elenco variado não compromete seriamente o andamento do enredo, louvável, aliás, por se diferenciar da atual safra de comédias milionárias que loteiam o cinema nacional. Segundo o diretor, o longa mira no estilo reflexivo e ancorado em tipos complexos, que marca a cinematografia argentina. “Não me vejo retratada no cinema brasileiro”, diz Maria Ribeiro, casada com Caio Blat, que interpreta Silvana, a líder da turma.

“Somos amigos há mais de dez anos e nossa intimidade e carinho transbordam da tela. Todo mundo teve uma turma como essa e se lembra dela ao ver o filme”, diz Blat. O ator protagoniza o filme no papel do escritor Felipe, que conquista o sucesso na carreira às custas de uma tragédia pessoal. Carolina Dieckmann interpreta Lúcia, casada com Felipe e ex-namorada do tímido Gus (Paulinho Vilhena).

O enredo conta a história de uma turma que passa o fim de semana em uma casa de campo na Serra da Mantiqueira. Durante uma tarde de bebedeira, Felipe e Rafa (Lee Taylor) pegam o carro para buscar mais bebida e acontece um grave acidente. Antes disso, os amigos escrevem cartas para si mesmos e as enterram para ser abertas após dez anos. O conteúdo dessas cartas pauta o reencontro cheio de importantes revelações sobre o passado.

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Com muitas improvisações, as falas correm soltas em muitas cenas. Em uma das principais, quando os amigos voltam a se encontrar na mesma casa de campo, há menções sobre o momento político de 2002 e o personagem Cazé (Julio Andrade), um crítico de literatura, canta o famoso jingle Lula, que marcou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas. A conversa gira também em torno da Copa do Mundo daquele ano, vencida pelo Brasil. Entre Nós se propõe a fazer um recorte no tempo para ressaltar as mudanças que aconteceram no país entre o início das décadas de 1990 e 2000. “Escolhemos esse período porque abarca um tempo de muita esperança que acabou não se concretizando no Brasil”, diz Morelli.

O longa ganhou o prêmio de melhor roteiro no Festival do Rio e representou o Brasil na oitava edição do Festival Internacional de Cinema de Roma, na Itália.

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