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CREA-RJ encontra irregularidades em equipamento do musical ‘Xanadu’

Cabo vida, que funciona como item adicional de segurança, não consta no sistema de sustentação dos atores. Produção cogita tirar a cena do voo da peça, que continuará com Danielle Winits e um substituto de Thiago Fragoso

Por Leo Pinheiro, do Rio de Janeiro
30 jan 2012, 16h08

Uma inspeção do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-RJ) no Teatro Casagrande, onde era realizado o espetáculo ‘Xanadu’, encontrou irregularidades nas instalações de onde caíram os atores Danielle Winits e Thiago Fragoso, na noite do último sábado. Vice-presidente do CREA, Jaques Sherique afirmou que não encontrou, no equipamento, o “cabo vida”, como é chamado um cabo auxiliar, fixo, que, em caso de falha impede a queda de quem está suspenso. “Constatamos aqui um problema semelhante ao que soubemos ter ocorrido no espetáculo do ‘Homem-Aranha’, em Nova York. Depois do acidente, eles instalaram o equipamento”, disse Sherique.

O CREA emitiu uma notificação pedindo para os responsáveis pelo teatro apresentarem, no prazo de 10 dias, o responsável técnico pelo projeto. Segundo representantes da entidade, o teatro não apresentou documentos de um engenheiro responsável pelos equipamentos que criam em ‘Xanadu’ o efeito de voo dos atores. “Certamente essas instalações não podem ser feitas por uma empresa de entretenimento. É preciso haver um engenheiro responsável pelas roldanas, colocação de equipamentos, fixação disso à laje do teatro”.

Segundo o CREA, a empresa Set Cavalheiro FX não é cadastrada na entidade, e que, por isso, considera que não há um responsável técnico habilitado a projetar e operar o sistema de cabos.

O delegado Thales Nogueira Braga, delegado 14º DP (Leblon), que investiga o acidente, afirmou que não há indícios de sabotagem, como cogitaram representantes da empresa Set Cavalheiro FX, que é a responsável pelos equipamentos. “De acordo com as oitivas dos atores e a perícia preliminar, não parece sabotagem. Não descartamos nenhuma hipótese, mas as características são mais próximas de falha humana ou falha do equipamento”, disse.

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A atriz Danielle Winits deixou às 13h desta segunda-feira a Clínica São Vicente, acompanhada do namorado, o ator Marcos Pasquim. Segundo a produção de ‘Xanadu’, assim que o espetáculo for retomado ela voltará aos palcos. A retomada da temporada, no entanto, depende de autorização da Polícia Civil. Thales Fernandes pretende fazer uma avaliação das condições de segurança e conversar com representantes da produção antes de liberar as exibições.

Os produtores ouvidos pelo site de VEJA informaram que, dependendo da avaliação da polícia, podem tirar a cena do voo do espetáculo, em favor da segurança do público e dos atores. Danielle terá reunião na terça-feira com o produtor do musical, Chaim, e o diretor, Miguel Falabella, para conversar sobre o quanto a atriz se sente segura e confortável para retomar o trabalho. Para o lugar de Thiago Fragoso, o escalado é o ator Danilo Timm.

O ator Thiago Fragoso permanece internado, sem previsão de alta. A queda dos atores feriu ainda Flavia Florentina da Silva e Helena Maria Sampaio Maciel, que tiveram escoriações leves e hematomas. Também integrante da plateia, Marina Silva Beckman, de 73 anos, teve uma fratura na terceira vértebra e permanece internada no hospital Norte D’Or.

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O CREA-RJ divulgou a seguinte nota:

“O Conselho de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) constatou que a empresa Set Cavalheiro FX, contratada para instalar o equipamento responsável por manter os atores Danielle Winits e Thiago Fragoso suspensos durante apresentação do musical “Xanadu”, não é cadastrada na entidade e não tem engenheiro responsável. Quatro cabos se romperam e os atores despencaram de uma altura de aproximadamente quatro metros, em cima da plateia, na apresentação realizada no sábado (28). O vice-presidente do Crea-RJ, Jaques Sherique, fez uma vistoria no Teatro Oi Casagrande, nesta segunda-feira (30), e apontou outra falha considerada grave. “O teatro não tem um técnico responsável pela parte elétrica e mecânica, o que pode acarretar em riscos e acidentes”, declarou. A administração do teatro tem até dez dias para apresentar, no Crea-RJ, os responsáveis. “Caso não cumpram o prazo, serão multados”, disse Sherique. Os fiscais da entidade estão em contato com policiais da 14ª Delegacia (Leblon) para acompanhar o resultado da perícia do material apreendido, que foi encaminhado para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (CCE). Ainda esta semana, eles devem analisar o material encaminhado ao instituto”.

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