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Com ‘Brado Retumbante’, Domingos Montagner troca cangaço por Brasília. Mas não sai do conto de fadas

Na segunda minissérie global de 2011, ator interpreta um político do bem, e muito charmoso, que chega à presidência para fazer uma limpeza ética

Por Mariana Zylberkan
15 jan 2012, 11h39

“São poucos atores da minha faixa etária que atuam na TV hoje em dia e acredito que minha estreia tardia na televisão venha preencher um pouco essa lacuna, afinal, os bons personagens começam a aparecer na minha idade.”

Para interpretar um político do bem, ou melhor, um presidente da República que chega ao Planalto alheio aos podres do submundo do poder, o ator Domingos Montagner analisou o gestual de deputados e senadores pela televisão. No final das contas, porém, a pesquisa para interpretar o deputado Paulo Ventura na minissérie O Brado Retumbante, que estreia nesta terça, às 23h30, na Globo, serviu como um manual de tudo que o ator deveria evitar em cena. “Assistia à programação da TV Senado sem o áudio para prestar atenção nos cacoetes dos políticos e fugir deles nas gravações”, conta o ator.

O enredo escrito por Euclydes Marinho busca, através da ficção, revalorizar o exercício da política no país. A difícil tarefa de Montagner, portanto, é convencer ao longo de oito capítulos que é possível acreditar na existência de políticos como Paulo Ventura. “Ele é um homem determinado e dono de uma ética rígida. Aparentemente, sua postura é sonhadora e até quixotesca, mas seus objetivos são muito reais”, diz o ator, cujo personagem irá lutar pelo fim do foro privilegiado para as autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

A limpeza ética promovida por Paulo Ventura rapidamente se refletirá em altos índices de popularidade — o que não o eximirá do ataque de inimigos. Na oposição, Luiz Carlos Miele viverá o personagem Senador que, “de tão emblemático, não é preciso nem chamá-lo pelo nome – todos sabem que ele é”, conforme informa a sinopse. O Senador é aliado de Floriano, personagem de José Wilker, ex-companheiro de Ventura na militância estudantil, que trocou o idealismo pela vaidade e almeja o cargo de presidente.

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Além do cargo, o coração de Paulo Ventura também será alvo de ferrenhas disputas na minissérie. O político galanteador é casado com Antonia (Maria Fernanda Cândido) e terá casos com personagens vividas por Mariana Lima, Alinne Rosa e Marina Elali.

O enxame de mulheres do presidente na minissérie consolida Domingos Montagner como o representante do perfil pouco óbvio de galã de novela. Assim como Rodrigo Lombardi provoca suspiros, apesar de não se enquadrar no padrão oficial de beleza, Montagner, aos 49 anos, assume a postura de conquistador de cabelos grisalhos, mesmo que carregar o aposto de galã, para ele, ser ainda algo supreendente. “Nunca imaginei que isso fosse acontecer, mas é algo que foge do meu controle. O vídeo provoca reações no imaginário popular das pessoas.”

Montagner atribui esse frisson em torno da sua imagem à escassez de atores de sua faixa etária em ação, atualmente, na TV. “São poucos e acredito que minha estreia tardia na televisão venha preencher um pouco essa lacuna, afinal, os bons personagens começam a aparecer na minha idade.”

Dono de um prêmio Shell – em 2009 pela atuação no espetáculo A Noite dos Palhaços Mudos -, Montagner, atualmente, ensaia para a peça Mistério Bufo, de Dario Fo, com estreia prevista para março no Teatro Sesi, em São Paulo. O espetáculo é uma das origens do trabalho realizado por Montagner na companhia teatral La Mínima por reunir técnicas de jograis dos artistas de rua na Idade Média. “Adoro fazer televisão, mas não deixo meu circo de lado. Ele representa a minha formação de artista, a TV é algo complementar”, diz Montagner que também atua como diretor do Circo Zanni.

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