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China versus Hollywood: calote milionário à vista?

Estúdios acusam governo chinês de criar dívida com impasse sobre a taxação da bilheteria de filmes americanos exibidos no país

Por Da Redação
31 jul 2013, 09h53
Mike criança em ‘Universidade Monstros’
Mike criança em ‘Universidade Monstros’ (VEJA)

A queda de braço entre Hollywood e o governo chinês em torno das regras sobre o repasse da verba proporcionada pelos filmes americanos exibidos no país asiático já resultou em uma dívida de 119 milhões de dólares. Segundo o site da revista The Hollywood Reporter, o valor é referente ao percentual de 25% da bilheteria arrecadada pelos filmes americanos que estrearam na China em 2013 – valor ao qual os estúdios teriam direito, mas que os chineses não querem pagar integralmente.

O China Film Group — órgão estatal que regula a indústria cinematográfica na China — quer que os estúdios americanos arquem com um imposto sobre artigos de luxo criado recentemente pelo governo chinês. A taxa corresponde a 2% do valor arrecadado pelas produções estrangeiras no país – e contraria um acordo firmado no ano passado entre o vice-presidente americano, Joe Biden, e o presidente chinês, Xi Jinping, sobre as regras de repasse. Pelo acordo, qualquer taxa extra deveria ficar de fora da fatia de 25% pertencente aos estúdios.

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No fim do ano passado, o China Film Groupdeterminou que os estúdios estrangeiros arquem com a taxa. Inconformados, os representantes se recusaram a receber o repasse menos os 2% do imposto, o que levou ao impasse. Segundo o site da Hollywood Reporter, o presidente da Associação da Indústria Cinematográfica Americana, Chris Dodd, tem mediado as conversas com as autoridades chinesas.

Homem de Ferro 3 (2013)

O novo filme da franquia Homem de Ferro, dirigido por Shane Black e produzido por Hollywood em parceria com a empresa chinesa DMG Entertainment, chegará aos cinemas da China com cenas adicionais sobre a cultura do país, filmadas em Pequim. Além disso, será inclusa uma sequência com Fan Bingbing, uma das mais importantes atrizes chinesas, que ficou de fora da versão destinada ao resto do mundo. 

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A Viagem (2012)

O longa dirigido por Tom Tykwer e Lana e Andy Wachowski sofreu um dos maiores cortes da censura chinesa. Dos 172 minutos do filme original, 40, que continham sexo e violência, foram retirados da versão exibida na China, o que representa aproximadamente 23% do longa. Durante a estreia de A Viagem, Lana afirmou que o fato de terem censurado o filme era uma “droga” e sugeriu que os interessados assistissem à versão completa na internet. 

007 – Operação Skyfall (2012)

O filme do agente secreto James Bond, dirigido por Sam Mendes, sofreu cortes de cenas em que um segurança chinês é morto em Xangai e teve algumas de suas legendas alteradas para evitar referências a prostituição e tortura em prisões chinesas. Além dos cortes, o longa também teve sua estreia atrasada na China, que preferiu lançar produções nacionais em novembro de 2012, quando 007 – Operação Skyfall chegou aos cinemas da maior parte dos países. O filme só estreou por lá em janeiro de 2013, mas teve arrecadação de aproximadamente 59 milhões de dólares, o quarto mercado internacional mais lucrativo do longa. 

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Looper: Assassinos do Futuro (2012)

O filme de Rian Johnson teve de alterar o local onde se passa parte das ações de Paris para Xangai, uma forma de assegurar o aporte financeiro da produtora chinesa DMG Entertainment. Somente a China exibiu o longa com todas essas sequências, enquanto parte das cenas foi cortada da versão final exibida em outros lugares do mundo. 

MIB³ – Homens de Preto 3 (2012)

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Dirigido por Barry Sonnenfeld, o terceiro filme da franquia MIB teve treze minutos cortados de sua versão original para que pudesse ser exibido na China. Foram eliminadas cenas em que os agentes secretos, J (Will Smith) e K (Tommy Lee Jones), travam uma batalha contra alienígenas disfarçados de chineses. Aparentemente, os cortes valeram a pena, já que o longa conseguiu arrecadar cerca de 77,2 milhões do dólares no país, a maior bilheteria fora dos Estados Unidos.

Titanic 3D (2012)

A versão em 3D do filme de 1997, dirigido por James Cameron, teve de ser cortada para agradar a censura chinesa. Antes do relançamento no país, em abril de 2012, foram retiradas as cenas em que a atriz Kate Winslet aparece posando para Leonardo DiCaprio com os seios à mostra. Em entrevista ao jornal americano The New York Times, o diretor afirmou que aceitou os cortes por causa da importância do mercado chinês, que se confirmou ao oferecer a maior arrecadação do filme: 145 milhões de dólares, superando até mesmo o montante americano, de 57,8 milhões. 

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Amanhecer Violento (2012)

O inimigo do filme original, lançado em 1984, era a União Soviética. Para o remake, seria substituído pela China. No entanto, os investidores não gostaram da ideia de perder o mercado asiático e o filme teve de ser redublado às pressas para fingir que os vilões eram norte-coreanos. Foi gasto mais de 1 milhão de dólares para alterar toda a produção, cenas foram editadas e símbolos chineses foram alterados digitalmente para dar lugar a norte-coreanos. 

Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora É Outro (2010)

O filme brasileiro dirigido por José Padilha foi a segunda produção nacional a ser exibida no circuito comercial chinês, seguindo Na Estrada da Vida (1983), de Nelson Pereira dos Santos. Por causa das cenas violentas que mostravam o confronto direto entre policiais e traficantes de drogas, o longa teve 24 minutos cortados para que pudesse ganhar os cinemas chineses. A arrecadação da produção no país ficou em apenas 2 milhões de dólares, pouco representativa para a o total, de pouco mais de 63 milhões de dólares. 

Karatê Kid (2010)

O remake do filme Karate Kid, dirigido por Harald Zwart, foi uma das maiores mudanças que o cinema hollywoodiano teve de empreender para agradar aos chineses. O longa foi financiado parcialmente pela China Film Group, empresa estatal que realiza e controla as produções cinematográficas exibidas na China. A história de Karatê Kid, que na versão original, de 1984, se passa nos Estados Unidos, mudou sua localização para a China. Também o herói do filme, Dre Parker (Jaden Smith), em vez de praticar karatê, decide aprender a luta chinesa kung fu. Mesmo com tamanho afago ao ego chinês, a produção ainda teve de cortar uma cena em que o protagonista aparece beijando sua namorada, Mei Ying (Wenwen Han), para ser exibido no país. 

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