Bolshoi nomeia substituta de diretor que sofreu atentado

Sergei Filin foi submetido a uma cirurgia estética e passará por operação nos olhos ainda esta semana

Por Da Redação
22 jan 2013, 18h49

Sergei Filin, diretor da Companhia de Balé do Teatro Bolshoi (Yuri Kadobnov/AFP/VEJA)

O Teatro Bolshoi, de Moscou, nomeou nesta terça-feira Galina Stepanenko diretora artística interna do balé, substituindo Sergei Filin, que sofreu na última sexta-feira graves queimaduras no rosto e nos olhos após ter sido atacado com ácido.

“Foi uma decisão de Sergei. Eu dei meu aval. Sergei está a par de tudo o que acontece no teatro. Espero que isto lhe dê novas forças”, informou o diretor-geral do Bolshoi, Anatoli Iksanov, citado pelas agências locais. “Stepanenko é muito conhecida, apreciada e respeitada no meio. Tenho certeza de que Sergei, embora eu não possa especular quando, voltará a seu cargo”, acrescentou.

Por sua vez, a nova diretora artística afirmou que está em permanente contato com Filin e que não realizará mudanças no repertório. “Aqui, em um pequeno espaço, se incitam pessoas muito brilhantes, diferentes e talentosas. Acho que agora devemos respeitar todos, valorizá-los e cuidar deles”, considerou.

Cirurgias – Filin, de 42 anos, foi submetido com sucesso nesta terça a uma cirurgia estética, e nesta quarta será objeto de uma nova operação nos olhos, segundo o departamento de Saúde da Prefeitura de Moscou.

“As pessoas que cometeram e organizaram este crime horrível contavam com a desestabilização do teatro e o pânico coletivo do balé. Acho que o grupo se esforçará como nunca para colocar em prática os planos artísticos projetados por Sergei”, comentou o diretor-geral do Bolshoi.

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Ameaças – Em suas primeiras palavras desde o ataque com ácido sulfúrico, segundo análises preliminares, Filin disse nesta terça ao jornal Komsomolskaya Pravda que pediu proteção após ter recebido ameaças. “Vinculo o ocorrido a meu trabalho. Culpo-me por ter tomado o caso superficialmente. Tinha que ter informado imediatamente, antes do Ano-Novo, a toda a imprensa de que as ameaças continuavam chegando”, lamentou Filin.

O diretor de balé reconheceu que “suscita animosidade em alguma pessoa” e que “tarde ou cedo, esta agressão devia traduzir-se em ações concretas”.

“Atiraram o ácido no lado direito. Meu olho direito ficou mais danificado e terá que ser tratado por muito mais tempo. Me prometeram que o olho esquerdo seria salvo. Não perco o ânimo. Às vezes, consigo ver todos os dedos da minha mão”, completou.

(Com agência EFE)