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2013, o ano em que Fábio Porchat riu à toa

Um dos criadores do Porta dos Fundos, o humorista manteve público cativo não só na internet, mas também na televisão, no teatro, no cinema e na publicidade.

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 mar 2021, 16h14 - Publicado em 9 dez 2013, 06h13

A pouco menos de um mês para o fim de 2013, é seguro dizer: o ano foi de Fábio Porchat. O humorista, ator e roteirista carioca, criado em São Paulo, esteve em todas. Na internet, com o canal do YouTube Porta dos Fundos. Na televisão, no elenco da série A Grande Família, da Globo. No cinema, com três comédias, que atraíram juntas quase 7 milhões de espectadores. No teatro, com a peça Fora do Normal, há cinco anos em cartaz. E na publicidade, à frente de sete marcas. Criticado pela superexposição, Porchat não se faz de vexado. Diz que o importante é trabalhar e que aceitaria até – por que não? – fazer novela, caso fosse convidado.

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Porta dos Fundos ‘deleta’ vídeos que não agradam ao grupo

O Porta dos Fundos, projeto pelo qual ainda é mais conhecido, foi idealizado pelo humorista em parceria com os amigos Antonio Tabet, criador do site de humor Kibe Loco, plataforma de divulgação para o grupo, Gregório Duvivier, Ian Raul Samarão Brandão Fernandes (conhecido apenas como Ian SBF) e João Vicente de Castro em 2012. O primeiro vídeo entrou no YouTube em 6 de agosto, mês em que o coletivo emplacou o seu primeiro viral, um vídeo que fazia um arremedo de uma marca de fast food de culinária italiana.

Antes disso, Porchat era um nome mais restrito ao mundo do entretenimento, onde começou a atuar em 2005, na peça Infraturas. No ano seguinte, ele passou a colaborar com a equipe de roteiristas do programa Zorra Total, da Globo, e a acumular participações em séries de humor de canais pagos e abertos, além de outras investidas no palco (lista abaixo). No entanto, foi só com os vídeos irreverentes do Porta que Porchat foi, de fato, projetado ao sucesso.

Para Rodrigo Arrigoni, sócio da R18, empresa que analisa dados de presença em meios de comunicação e redes sociais, o canal foi um divisor de águas para o humorista. “A explosão do Porchat veio com o Porta dos Fundos, que tem uma produção interessante com uma pegada cômica, algo que se vende muito facilmente na internet.” O canal, criado há pouco mais de um ano, conta atualmente com 6,6 milhões de seguidores no YouTube, número que faz dele a página brasileira de maior sucesso no portal de compartilhamento de vídeos.

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Foi com um vídeo de Porchat, inclusive, que o Porta estourou. No esquete que se tornou viral, o ator interpreta um atendente estressado de um restaurante de massas, que não aguenta a indecisão de uma cliente. Ele força a moça, interpretada pela atriz e cantora Clarice Falcão, a escolher certos ingredientes para compor o prato e, no ápice no vídeo, começa a jogar pedaços de palmito em seu rosto. Hoje, o vídeo acumula 7,8 milhões de visualizações e, apesar de ter sido superado por outros do grupo, como Na Lata, com 12,5 milhões de cliques, segue entre os dez mais vistos do canal.

Trajetória – Porchat nasceu em 1º de julho de 1983, no Rio de Janeiro, mas foi criado em São Paulo, onde morou até os 19 anos. Aos 18, cursava administração de empresas na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), quando participou com colegas da plateia do Programa do Jô, da Globo. Audacioso, pediu uma chance à produção da atração para apresentar, no palco, uma cena que havia criado com base na série Os Normais, então exibida na Globo. Jô deixou e Porchat brilhou na TV, pela primeira vez.

Era o começo de uma carreira bem distante da que ele pretendia ter, como executivo, após a faculdade. Depois de receber as risadas e os aplausos do público no Jô, Porchat decidiu mudar de rumo e de cidade. Deixou o curso em São Paulo e foi estudar teatro na Casa de Artes das Laranjeiras, no Rio. Foi lá que um amigo o apresentou a Ian SBF, com quem faria um curta-metragem, O Lobinho Nunca Mente (2007). Contato certeiro: SBF se tornaria um de seus melhores amigos e sócios no fenômeno Porta dos Fundos.

“O Fábio não é só ator, ele escreve muito bem, é generoso, sugere esquetes para os outros, quer que o grupo cresça como um todo. Ele nunca está irritado, é só alegria”, conta o amigo ao site de VEJA. Para ele, foi o carisma de Porchat que conquistou o público e fez com que ele recebesse convites para migrar para outras áreas do entretenimento. “Ele consegue estabelecer diálogo com todo mundo, tem uma energia e um humor que todos entendem.”

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O estouro – Todos mesmo. Na televisão, o humorista foi apresentador do programa De Perto Ninguém É Normal, do canal pago GNT, em 2008, e escreveu e atuou em alguns episódios das séries Junto & Misturado, Os Caras de Pau e Esquenta, da Globo. Desde 2012, Porchat é o protagonista de Meu Passado Me Condena, série do canal Multishow que originou o filme de mesmo nome, lançado em outubro de 2013. Neste ano, o humorista entrou para o elenco regular do seriado A Grande Família, em que dá vida a Júnior, sócio de Nenê, personagem de Marieta Severo. O ator também participou do quadro Medida Certa, do Fantástico, e foi, inclusive, o vencedor da competição, perdendo mais de 10 quilos.

No cinema, em 2013, além de Meu Passado Me Condena – O Filme, que marca a estreia de Porchat como protagonista de um longa-metragem, o ator também integrou o elenco de Vai que Dá Certo, lançado em março, e O Concurso, em julho. Os três filmes foram muito bem, obrigado, de público e de bilheteria. Vai que Dá Certo atraiu 2,7 milhões de pessoas às salas de exibição, com arrecadação de 28,9 milhões de reais. O Concurso levou 1,3 milhão para ver Porchat e fez 14 milhões de reais. Meu Passado Me Condena, que ainda está em cartaz, havia contabilizado até a última sexta-feira 2,8 milhões de espectadores e 32,3 milhões de reais.

Além disso, em 2013 Porchat acrescentou mais uma habilidade ao currículo: a de dublador. O ator emprestou a voz ao simpático boneco de neve Olaf em Frozen, animação da Disney que tem estreia prevista para 3 de janeiro no Brasil. O filme começou a ser exibido em alguns países, como os Estados Unidos, no final de novembro, e até sexta-feira acumulava arrecadação mundial de 117,4 milhões de dólares.

https://www.youtube.com/watch?v=i44ubRDOzDY No teatro, onde tudo começou, já que Porchat estreou como ator em Infraturas, ao lado do humorista Paulo Gustavo, ele continua ativo. Desde 2008, vem subindo ao palco com o espetáculo de stand-up comedy Fora do Normal, que já passou por países como Portugal -onde o ator voltou a apresentar o espetáculo no último fim de semana -, Japão e Inglaterra.

E, como acontece a quase toda celebridade do momento, Porchat vem sendo escalado para representar a marca de diversas empresas. Em 2013, foi o garoto-propaganda de sete marcas, de refrigerantes a cartões de créditos, tornando-se a estrela de um total 1.531 inserções comerciais. Como lembra Fabio Wajngarten, da Controle da Concorrência, empresa que mede as inserções comerciais na TV, o número de contratos publicitários de um artista é sinal de exposição positiva. “As marcas vão atrás de celebridades para pegar carona na imagem que elas têm, aproveitando a capacidade dessas pessoas de reter a atenção de um consumidor.”

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Para Wajngarten, Porchat é um dos nomes do momento, que está acima do bem e do mal. “Ninguém nunca o viu envolvido em escândalos, e ele não é mal falado, também.” A exposição de uma personalidade do humor brasileiro só foi maior em 2011, quando Bruno Mazzeo, então à frente de quatro marcas, esteve presente em 2.379 inserções televisivas. O número de marcas – e de contratos – era menor, no entanto.

A força da figura de Fábio Porchat é tão grande que ele chega até mesmo a recusar convites da gigante Rede Globo. Além de o Porta dos Fundos ter sido assediado diversas vezes pela emissora, sem sucesso, o ator disse “não” quando convidado a substituir Fátima Bernardes no Encontro, durante as férias da apresentadora, em janeiro. Com agenda cheia, o humorista não desmarcou compromissos para atender à maior emissora do país.

Se, por um lado, ele recusou o programa matinal de variedades, por outro, adianta que aceitaria fazer novelas numa boa. “O problema é que comediante em novela só faz papel de motorista, mordomo, empregado ou feirante. Seria legal se a gente pudesse ter um comediante fazendo o principal, por que não?” Algo que aconteceu à ex-MTV Tatá Werneck, a periguete piradinha Valdirene, de Amor à Vida, e que pode, facilmente, acontecer com o ator, caso a sua ascensão continue. Quando se trata de riso, não há limites para Fábio Porchat.

https://www.youtube.com/embed/YylIADlky4o?rel=0
Programa do Jô (2002)

Foi durante o Programa do Jô, em 2002, que Fábio Porchat decidiu deixar o curso de administração de wmpresas na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, e tentar a carreira de ator no Rio. Porchat, então com 18 anos, estava na plateia e resolveu tentar a chance com a produção, pedindo para apresentar uma cena que havia escrito com base na série Os Normais, da Globo. Ao ser aplaudido pelo público do Jô, decidiu mudar de rumo. Da administração, passou ao curso de teatro, na Casa de Artes das Laranjeiras.

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https://www.youtube.com/embed/SpBg1j2_PTQ
Fora do Normal (2008)

A peça de stand-up comedy estreou em 2008 e continua em cartaz até hoje. O espetáculo, idealizado por Porchat, já passou por diversas cidades brasileiras e por países como Japão, Inglaterra e Portugal, atraindo principalmente brasileiros que moram nesses lugares.

https://www.youtube.com/embed/Un4r52t-cuk
Spoleto (2012)

Primeiro esquete de sucesso do canal do YouTube Porta dos Fundos, com Porchat à frente. O comediante encarna o atendente de um restaurante fast-food de culinária italiana. Estressado, não aguenta a indecisão da cliente, interpretada por Clarice Falcão, e começa a gritar, jogando pedaços de palmito no rosto da moça. Lançado uma semana depois da estreia do canal, em 6 de agosto de 2012, o vídeo hoje acumula mais de 7,8 milhões de visualizações.

Fábio Porchat participando da série da Rede Globo 'A Grande Família', com Marieta Severo

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https://www.youtube.com/embed/LHAvaPhCcVw
Meu Passado Me Condena ? O Filme (2013)

Baseado na série de mesmo nome exibida pelo Multishow, o longa estrelado por Porchat e Miá Mello é um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema brasileiro no ano. Com 2,8 milhões de espectadores e arrecadação de 32,3 milhões de reais, o filme conta a história de um casal que vai passar a lua de mel em um cruzeiro com destino à Europa, mas acaba encontrando um ex-namorado da noiva no navio.

https://www.youtube.com/embed/uKTz8y0pzL8
Frozen (2014)

Na nova animação da Disney, Porchat empresta a voz a Olaf, um carismático boneco de neve, que, apesar do corpo de gelo, tem um coração amoroso e deseja conhecer o verão. É mais um passo na carreira do ator, dessa vez como dublador. O filme estreia no dia 3 de janeiro, no Brasil.

 

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