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Zara diz que não sabia de trabalho escravo

Enrique Huerta González, que preside grife espanhola no Brasil, foi ouvido na Alesp; deputado tucano vai insistir em CPI

Por Marina Pinhoni
21 set 2011, 20h56

O presidente administrativo da Zara no Brasil, Enrique Huerta González, afirmou, em depoimento à Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nesta quarta-feira, não ter conhecimento das denúncias de trabalho escravo em oficinas de costura de fornecedores da marca espanhola. A grife é investigada pelo uso de mão de obra escrava de brasileiros e imigrantes ilegais bolivianos, peruanos e paraguaios. Outras empresas também estão na mira do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). “Todas as nossas transações são legais. Não tínhamos conhecimento de trabalho escravo na cadeia produtiva”, afirmou Huerta.

O diretor de comunicação da grife, Jesus Echeverria, também foi ouvido pelos parlamentares. A direção da Zara informou que rescindiu o contrato com o fornecedor, que controlava 33 oficinas e fornecia as peças de roupa para a empresa. Após as denúncias, apenas duas oficinas começaram o processo de regulamentação. Aos trabalhadores que ficaram desempregados foram oferecidas vagas nos setores de logística e comercial, mas nem todos conseguiram vagas ou receberam indenizações. A Zara criou um disque-denúncia. “Somos os primeiros a ficar indignados e vamos trabalhar para ver qual a melhor solução a ser tomada”, declarou Huerta.

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Regimento – A iniciativa de ouvir os representantes da Zara partiu do deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB-SP). O tucano apresentou, em 18 de agosto, pedido para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de exploração de trabalho escravo em áreas urbanas e rurais de São Paulo. O pedido obteve 42 assinaturas, dez a mais do que o necessário, e foi protocolado. Mas a iniciativa está emperrada. Segundo o regimento da Alesp, apenas cinco CPIs podem funcionar ao mesmo tempo.

Durante a audiência, o deputado sugeriu usar o lucro da empresa pra ressarcir os trabalhadores prejudicados. Já o Ministério do Trabalho defende que os trabalhadores seja contratados diretamente, sem intermediários. O tucano vai insistir na CPI. Diz que dez líderes partidários já assinaram o projeto que pretende mudar as regras para a insalação de comissões na Alesp. “Há necessidade de, a partir dessa investigação, recolher subsídios para criar políticas públicas de enfrentamento, de responsabilização e de reparação das vítimas”, afirmou Bezerra Jr.

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