Vingança de policiais pode ter motivado 13 mortes antes de chacina
Força-tarefa encarregada de elucidar 19 assassinatos na Grande SP detecta indícios de que série de crimes possa ter motivado, na verdade, 32 mortes, diz jornal
A força-tarefa criada para investigar a chacina que deixou dezenove mortos em Osasco, na Grande São Paulo, no dia 13 de agosto, detectou indícios de ligação do crime com outros treze assassinatos, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira. Agora, a apuração trabalha com a hipótese de que um mesmo grupo ter matado 32 pessoas. Os assassinatos aconteceram cinco dias antes dos ataques em série, em Osasco e municípios vizinhos na região metropolitana da cidade: Barueri, Carapicuíba, Itapevi e Santa do Parnaíba.
Os crimes ocorreram a partir de 8 de agosto, um dia após a morte de um PM em um posto de combustível. A força-tarefa acredita que um grupo de policiais tenha decidido vingar a morte do agente, em uma série de crimes que culminou na chacina em Osasco. De acordo com o jornal, que teve acesso aos documentos anexados à investigação, o “modus operandi” dos ataques, a proximidade geográfica” e a “igualdade de calibres de armas de fogo empregadas” – ou seja, parte das munições usadas saiu da mesma arma – estão entre os indícios que levaram os investigadores a trabalhar oficialmente com a hipótese de ligação das mortes. O documento afirma afirma haver indícios de participação de “indivíduos agrupados, com divisão de tarefas” e chama os responsáveis pelos crimes de “facção criminosa”.
Leia mais:
PM, PF e Exército compraram balas de chacina de Osasco
Polícia apura elo entre execuções por PMs e chacina em Osasco
Governo Alckmin troca comando da Rota
Os treze assassinatos passarão, portanto, a ser investigados pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), já responsável por esclarecer a chacina.
O documento da Corregedoria da Polícia Militar foi entregue à Justiça Militar na semana passada para pedir mais prazo para investigação. Mais de um mês depois da chacina, a força-tarefa não conseguiu elucidar os crimes. Apenas um policial militar está preso sob suspeita de envolvimento. Embora ainda não haja indícios, a polícia também vai apurar eventual ligação com o assassinato de quatro jovens no último fim de semana, em Carapicuíba.
(Da redação)