Câmara cassa mandato do prefeito de Campinas
Hélio de Oliveira Santos (PDT) é acusado de fraudes em contratos de saneamento e irregularidades em loteamentos do município
Em sessão que durou mais de 44 horas, a Câmara Municipal de Campinas, no interior de São Paulo, cassou, na madrugada deste sábado, o mandato do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), o doutor Hélio. Apenas um entre os 33 vereadores da Casa votou contra a perda de mandato: Sérgio Benasse (PCdoB). O vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), deverá assumir o posto. Em maio, ele foi preso sob acusação de envolvimento em casos de corrupção.
De acordo com o líder da oposição e presidente da comissão que investiga doutor Hélio, vereador Rafa Zimbaldi (PP), o agora ex-prefeito é acusado de três infrações: omissão diante da corrupção na companhia municipal Sanasa, negligência na defesa do bem público na aprovação de loteamentos irregulares e procedimento incompatível com o cargo na aprovação da instalação de antenas de telefonia celular.
Ao final da sessão, o presidente da Câmara, Pedro Serafim Junior (PDT), assinou um decreto legislativo determinando a cassação de Santos. “Não estou feliz com o que aconteceu, porque isso não se faz com ninguém. Mas tenho confiança de que a cidade vai se recuperar. Campinas é muito maior que essa crise”, disse Serafim Junior. O decreto da cassação será publicado no Diário Oficial do Município e o resultado será enviado à Justiça Eleitoral.
A sessão de julgamento começou às 9 horas da quinta-feira e só terminou às 5h34 deste sábado. Apenas para a leitura do relatório final, que tem pouco mais de 1.000 páginas, foram necessárias 38 horas. As páginas de 611 a 1.219, que faziam referência às denúncias do Ministério Público Estadual, que correm sob segredo de Justiça, foram excluídas da leitura.
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