Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Um brasileiro é assassinado a cada nove minutos

É o que indica o Atlas da Violência 2016, divulgado nesta terça-feira pelo Ipea. Em todo o ano de 2014, 59.627 pessoas foram assassinadas no Brasil – o equivalente a 10% dos casos de homicídio em todo o mundo

Por Da Redação 22 mar 2016, 11h19

Em média, um brasileiro é assassinado a cada 9 minutos. É o que mostra o Atlas da Violência de 2016, divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em 2014, ano de análise do levantamento, houve 59.627 homicídios no Brasil, ou 29,1 mortes a cada 100.000 habitantes, um aumento de 3,9% em relação a 2013 – o número representa uma média de 6,8 mortes a cada hora, ou uma morte a cada 9 minutos. Para se ter uma ideia, 10% de todos os homicídios do mundo se deram no Brasil, de acordo com o estudo. Em dez anos, o total de homicídios no país cresceu 21,9%.

Ainda de acordo com o levantamento, cinco brasileiros são assassinados a cada hora vítimas de armas de fogo. Em 2014, foram 44.861 pessoas – o que corresponde a 76,1% do total de homicídios registrados no Brasil.

Segundo o estudo, que se baseia principalmente no Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, Alagoas é o Estado com o maior número de homicídios no país: 63 a cada 100.000 habitantes (um crescimento de 85,9% entre 2004 e 2014). Ceará vem na sequência, com 52,2 homicídios a cada 100.000 habitantes. Já quando se leva em conta o crescimento porcentual, Rio Grande do Norte registrou uma alta de 308,1% no índice de homicídios em dez anos, chegando a 46,2 em 2014. Apenas oito Estados apresentaram diminuição na taxa de homicídios, com destaque para São Paulo, que reduziu em 52,4 % o número de mortes por essa razão.

Número total de homicídios no Brasil entre 2004 e 2014, segundo o Atlas da Violência
Número total de homicídios no Brasil entre 2004 e 2014, segundo o Atlas da Violência (VEJA)
Continua após a publicidade

Jovens – A pesquisa destaca a evolução dos homicídios entre jovens, o que afeta diretamente o desenvolvimento de um país, seu mercado de trabalho, a Previdência Social e o aumento da produtividade. Só em 2014 morreram no Brasil 31.419 pessoas (61 a cada 100.000) entre 15 e 29 anos de idade vítimas de homicídio.

Homens representam 93,8% do total dos homicídios nessa faixa etária. Em Alagoas, o Estado mais perigoso para os jovens, 270,3 perderam a vida para cada grupo de 100.000 homens entre 15 e 29 anos em 2014. Os indicadores mostraram que a maior parcela das vítimas era de indivíduos de baixa escolaridade, com no máximo sete anos de estudo.

Negros – O número de negros vítimas de homicídio no Brasil cresceu 18,2% entre 2004 e 2014 – no último ano analisado, morreram 37,5 negros a cada 100.000 habitantes. Já o mesmo indicador associado a não negros diminuiu 14,6% no país.

Continua após a publicidade

O estudo mostra que, aos 21 anos de idade – o pico da probabilidade de uma pessoa ser vítima de homicídio no Brasil -, negros e pardos têm risco 147% mais elevado de ser mortos, ante brancos, amarelos e indígenas.

Estudo comprova a discrepância entre o número de mortes entre negros e não negros no Brasil
Estudo comprova a discrepância entre o número de mortes entre negros e não negros no Brasil (VEJA)

Mulheres – Em 2014, 4.757 mulheres foram vítimas de homicídio, um crescimento de 24,2% em dez anos. Os três Estados com maior índice de homicídio feminino a cada 100.000 mulheres foram Roraima (9,5), Goiás (8,8) e Alagoas (7,3). Analisando o quociente das taxas de homicídios entre mulheres e homens, os Estados que apresentaram maior incidência de violência feminina foram Roraima (18,2%), Santa Catarina (14,7%) e Mato Grosso do Sul (13,9%).

Continua após a publicidade

O estuda rejeita, no entanto, a tese de que o crescimento de homicídios femininos represente um fracasso da Lei Maria da Penha e de políticas de prevenção à violência doméstica, já que os homicídios decorrem não apenas de crimes relacionados a questão de gênero (para os quais as leis foram orientadas), mas também daqueles associados à violência geral na sociedade (que acometem homens e mulheres).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.