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Truculência de Renan causa tumulto e votação de manobra fiscal é adiada

Presidente do Congresso tentou impedir acesso de manifestantes à galeria e depois pediu que grupo fosse retirado do local. Oposição ajudou na resistência

Por Gabriel Castro, de Brasília
2 dez 2014, 21h17

Depois de fracassar na tentativa de esvaziar as galerias do plenário de forma truculenta, o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), encerrou a sessão desta terça-feira sem que o Parlamento votasse a manobra fiscal proposta pelo governo para maquiar o descumprimento do superávit primário – a gestão de Dilma Rousseff não conseguiu cumprir a meta de economia para pagar juros da dívida.

Antes de apreciar o PLS 36, que retira a previsão de superávit primário para 2014, o Congresso ainda precisava apreciar dois vetos presidenciais. A votação nem chegou a ter início. Enquanto a oposição tentava protelar os trabalhos, cerca de trinta manifestantes tentavam, sem sucesso, chegar à galeria do plenário. Os oposicionistas pediam que Renan Calheiros permitisse a entrada do grupo.

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O bloqueio irritou um grupo de aproximadamente vinte manifestantes que haviam conseguido entrar e já estavam nas galerias. Eles começaram a se manifestar em voz alta e a vaiar parlamentares governistas. Apesar dos apelos da oposição, Renan continuava negando o acesso de outras pessoas à galeria. Com isso, a tensão aumentou e o presidente do Congresso acabou ordenando que a Polícia Legislativa retirasse os manifestantes de lá. Líderes da oposição, como os deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Fernando Francischini (SD-PR) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) foram até as galerias para tentar impedir a ação dos agentes de polícia. Um senador, Ataídes Oliveira (PROS-TO), também foi até o local.

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Durante a tentativa de esvaziar o espaço destinado ao público, a Polícia Legislativa utilizou uma arma taser, que dá choques elétricos, em um jovem. Uma idosa também foi imobilizada por um segurança. No grupo, havia moradores de Brasília e manifestantes vindos de São Paulo. Parte dele havia feito uma vigília em frente ao Congresso contra a aprovação do projeto de lei que, na prática, extingue a meta de superávit primário do orçamento de 2014. ​

No momento mais acalorado, também houve várias discussões em plenário – a mais séria, entre Amauri Teixeira (PT-BA) e Domingos Sávio (PSDB-MG). O petista chamou o tucano de “moleque”, com o dedo em riste.

Usando a força e em meio a muita confusão, os seguranças retiraram a maior parte das pessoas que protestava contra a votação – a essa hora, já com gritos de “O PT roubou”. O grupo de parlamentares, reforçado por colegas como Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Pastor Eurico (PSB-PE), Bruno Marchezan (PSDB-RS) e Izalci (PSDB-DF), cercou os poucos manifestantes que restavam. Depois de mais de uma hora de sessão paralisada, bate-boca e troca de empurrões, Renan Calheiros desistiu: cancelou os trabalhos, culpou “os 26 assalariados” que foram às galerias e convocou nova sessão para as 10 horas desta quarta.

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