Torcida nota zero: sul-americanos dão mau exemplo no Rio
Invasão ao Maracanã de argentinos e chilenos exige o reforço do policiamento para evitar que baderneiros manchem o show das torcidas dentro do estádio
Dentro dos estádios, eles são insuperáveis. Os europeus até fazem barulho e vibram com suas seleções, mas nada supera a paixão que os torcedores sul-americanos extravasam nos estádios desta Copa do Mundo. O fato de estarem em maior número, também pela proximidade geográfica com o Brasil, é um facilitador. O termo ‘invasão’ acompanha todas as notícias sobre a chegada deles a uma das cidades-sede. O Rio de Janeiro testemunhou dois desses momentos: com os argentinos, no domingo passado, para a partida contra a Bósnia; e com chilenos, na quarta-feira, que conseguiram a proeza de mandar os espanhóis de volta para casa mais cedo. Fora dos limites do Maracanã, porém, o comportamento não tem sido tão exemplar. Confusões pela cidade, venda ilegal de ingressos e – o pior – invasão ao estádio têm manchado a boa impressão que nossos vizinhos poderiam deixar no Mundial.
Os problemas começaram no sábado passado, véspera da estreia de Messi no Maracanã, quando um grupo de cerca de 1.500 argentinos se reuniu na Praia de Copacabana, carregando uma réplica da taça e fazendo batucada. Na altura do posto 4, parte dos torcedores tentou ocupar uma das pistas da Avenida Atlântica, bloqueando a via. A Polícia Militar precisou intervir e usou gás de pimenta para dispersar o grupo, que gritavam provocações aos brasileiros, como “Maradona é maior do que Pelé”. No dia seguinte, mais uma pisada de bola dos hermanos: cerca de 30 deles, sem ingresso, invadiram o estádio. Vídeos publicados em redes sociais mostram como um grupo salta um dos portões, na altura da entrada do setor D (Estátua do Bellini). Nove foram detidos.
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Nesta quarta, chilenos repetirem a cena lamentável. Quase uma hora antes do jogo contra a Espanha, cerca de cem torcedores forçaram uma grade de acesso ao centro de mídia do Maracanã e invadiram o local, deixando um rastro de destruição. Os seguranças do local não foram suficientes para impedir o acesso dos vândalos, que correram para a área reservada aos jornalistas. Alguns conseguiram passar por uma área de acesso restrito à beira do gramado e rapidamente se misturaram na arquibancada. A polícia conseguiu prender 85, que prestaram depoimento e receberam ordem de deixar o Brasil, sob pena de deportação sumária. O cônsul chileno, Samuel Ossa, saiu em defesa do grupo e disse que não se trata de “delinquentes”, mas sim “fanáticos por futebol”.
Os dois episódios constrangeram a entidade máxima do futebol, que deixou o quesito segurança bem distante do tão falado “padrão Fifa”. Todos os estádios do país devem receber reforço. O Maracanã recebe uma nova partida neste domingo, entre Bélgica e Rússia, com a missão de apertar ainda mais o cerco em torno dos baderneiros. Só se aproxima do estádio quem está com ingresso em mãos, mas essa verificação será mais minuciosa, disse ao site de VEJA o tenente-coronel Marcelo Rocha, chefe do setor de Planejamento Operacional da PM: “Temos detectado torcedores que entram na área restrita aos que têm ingressos usando bilhetes de jogos anteriores. Agora, vamos verificar a data de cada bilhete, o que certamente vai reduzir as tentativas de invasão”.
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Invasão chilena
Cerca de 100 chilenos invadiram o Maracanã, quarta-feira, antes do jogo com a Espanha. Os seguranças não conseguiram conter o bando, que errou o caminho e chegou à sala de imprensa. Segundo a Secretaria de Segurança, 85 foram detidos. Eles têm 72 horas para deixar o país. Caso contrário, serão deportados.
https://www.youtube.com/embed/-lqaRvKHwZI
Invasão argentina
Um grupo de 30 argentinos tentou invadir o Maracanã, domingo, antes do jogo com a Bósnia. Parte dos torcedores forçou a entrada por um portão e a outra parte pulou um muro. Nove foram capturados e presos por tentativa de invasão. O restante se misturou aos torcedores.