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Testemunha contra Nenê Constantino é baleada

João Marques dos Santos, que confessou ter cometido assassinatos a mando do empresário, foi baleado com três tiros na porta de casa

Por Da Redação
22 fev 2011, 20h16

Testemunha chave contra o empresário Nenê Constantino, fundador da Gol Linhas Aéreas – acusado de mandar matar um líder comunitário e atentar contra a vida do genro -, o ex-empregado João Marques dos Santos sofreu um atentado à bala e está internado num hospital de Brasília sob proteção policial. Santos havia confessado participação nos dois crimes, supostamente a mando do patrão, e tem depoimento marcado para o próximo dia 1º de março no Fórum de Taguatinga, unidade administrativa do Distrito Federal.

Ele foi atingido por três tiros – dois na barriga e um na perna – na última sexta-feira, na porta de casa, em Águas Lindas (GO), cidade do entorno do Distrito Federal. Os agressores ainda não foram capturados. A polícia e o Ministério Público investigam se o atentado foi cometido a mando do empresário, como apontam os primeiros indícios. Testemunhas e familiares disseram que o ex-empregado de Nenê vinha sofrendo ameaças nos últimos dias para mudar o depoimento.

Ouvido hoje pelo promotor Bernardo Urbano, Santos disse que o autor dos disparos seria um policial civil conhecido como Nogueira, afastado das funções por envolvimento em crimes. Ele estava hospedado na casa de um comerciante de Águas Lindas, Reginaldo Costa. Há duas semanas, Nogueira e Reginaldo fizeram-lhe uma visita ameaçadora em companhia de Vanderlei Batista da Silva, capataz de Nenê e também réu no processo do atentado contra o genro do empresário.

Na ocasião, segundo relato de Santos, o capataz lhe perguntou de forma incisiva se não iria mudar o depoimento do dia 1º. Ele disse que não. Na última sexta-feira, Nogueira foi de novo à casa de Santos, na caminhonete F-200 pertencente a Reginaldo, dirigida por um terceiro, ainda não identificado. Santos saiu à porta com o filho caçula no colo e, ao colocá-lo no chão para conversar, foi atingido pelo primeiro disparo. Ele tentou correr, mas foi atingido por mais dois tiros e tombou.

Apesar da gravidade dos ferimentos, Santos está fora de perigo e será incluído no programa de proteção a testemunhas. Ele está internado com nome falso por medida de segurança. O depoimento do dia 1º deve ser mantido e desperta muito interesse dos investigadores porque Santos admitiu que fazia serviços de pistolagem para Nenê há vários anos. Ele disse ter participado de oito assassinatos, entre os quais o do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, morto com três tiros em outubro de 2001.

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Brito comandava um grupo de cem pessoas que ocupou o terreno em que está a garagem de ônibus da viação Planeta, pertencente a Nenê, em Taguatinga. O empresário tentava expulsar os ocupantes e chegou a ameaçar pessoalmente o líder, que teve a casa incendiada meses antes de ser morto. Quando prestava depoimento por esse crime, em dezembro passado, o empresário recebeu voz de prisão, decretada pela Justiça por conta da tentativa de assassinato do genro Eduardo Queiroz.

Em processo de separação litigiosa da filha de Nenê, Queiroz foi seguido por um homem quando saía de sua empresa no dia 5 de junho de 2008. O pistoleiro descarregou o revólver contra seu carro em movimento, mas nenhum dos tiros o atingiu. Preso, o ex-policial militar José Humberto Cruz confessou ser o autor dos disparos.

O advogado Marcelo Bessa nega que o empresário tenha envolvimento no atentado a Santos ou em qualquer dos crimes a ele atribuídos. A Gol, por sua assessoria, informou que não comentará as acusações porque Nenê está formalmente desligado da companhia desde 2001 e sequer faz parte de seu conselho. A empresa entende também que se trata de uma questão estritamente pessoal e familiar de Constantino.

(Com Agência Estado)

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