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Terenas vão a Brasília e querem falar com Dilma

Grupo indígena ocupa fazenda no MS desde o dia 15 de maio; tentativa de reintegração de posse terminou com um índio morto

Por Da Redação
6 jun 2013, 09h16

Um grupo de trinta índios da etnia terena deixou nesta quarta-feira a região de Sidrolândia (MS) em um ônibus e espera chegar na manhã desta quinta a Brasília. Os indígenas partiram, inicialmente, com a expectativa de serem ouvidos pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo – que, na quarta-feira, fez uma visita relâmpago ao Mato Grosso do Sul e sobrevoou a fazenda Buriti, ocupada pelos terenas deste 15 de maio. Mas o grupo quer mais: o objetivo é tentar conseguir uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para tratar da questão.

Ao chegar a Mato Grosso do Sul, às 8h40 (horário local), Cardozo soube que a Justiça Federal havia suspendido a reintegração de posse da fazenda Buriti, onde o índio Oziel Gabriel, de 35 anos, foi morto na semana passada, em uma tentativa de desocupação da área pela Polícia Federal com o apoio da PM. O irmão caçula da vítima, Deones Gabriel, está no grupo que viajou para Brasília.

Para Cardozo, a solução de conflitos indígenas como o de Mato Grosso do Sul não depende apenas de “vontade política” nem será obtida com “varinha mágica”. “O estado brasileiro, o Ministério Público, o Judiciário, os Poderes Executivos federal e estadual têm que pactuar uma saída para esse impasse.” Da Base Aérea de Campo Grande, o ministro seguiu de helicóptero para Sidrolândia com o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), do superintendente da Polícia Federal no estado, Paulo Marcon, e do secretário estadual de Justiça, Wantuir Jacini.

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A aeronave não pousou na região do conflito, onde cerca de 200 terenas faziam vigília na entrada da propriedade à espera da tropa de 110 homens da Força Nacional enviada pelo governo federal. “Vamos ouvir o que eles têm para dizer e ver como é que eles chegam aqui”, afirmou Otoniel Gabriel, um dos líderes dos índios. Com a reintegração de posse suspensa, as forças de segurança não foram à fazenda invadida. Mas, ao longo da manhã de quarta-feira, ônibus levavam índios de outras etnias, dispostos a ajudar os terenas na ocupação da Buriti.

Do lado dos fazendeiros, o clima é tenso. Proprietários rurais que tiveram terras ocupadas nos últimos dias tentaram carregar o gado para fora da área de conflito. “O meu prejuízo está em torno de 300 000 reais”, disse Rubens do Amaral Júnior, que transferiu cerca de 900 cabeças em caminhões carregados na fazenda ao lado da Buriti. Ele arrendava parte da fazenda Lindoia, na qual os terenas entraram depois do assassinato de Oziel. “Eles falaram para o funcionário: ‘Vai embora’. Só deu tempo de ele pegar uma motinho. Ficaram com tudo, trator, tralhas de arreio, casa, tudo”, contou Amaral.

De acordo com o produtor rural, no dia seguinte à invasão os índios passeavam com o trator confiscado da propriedade. “Ainda tem lá umas oitenta novilhas. Eles levaram umas 200 cabeças para a aldeia deles.”

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(Com Estadão Conteúdo)

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