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‘Teremos disputas se o PT não quiser investigar’, diz futuro presidente da CPI

Aliado do presidente da Câmara, o novato Hugo Motta (PMDB-PB) foi indicado para comandar os trabalhos da nova CPI da Petrobras que começa na quinta

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 fev 2015, 20h04

Após muitas negociações, o PMDB indicou para presidir a nova CPI da Petrobras um deputado alinhado a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara e de longe a maior dor de cabeça do Palácio do Planalto nos últimos tempos. Hugo Motta (PMDB-PB), de apenas 25 anos, dividirá o comando do colegiado com o PT, partido que, apesar de ser apontado como o maior beneficiário no esquema de corrupção que sangrou os cofres da Petrobras, deve assumir a relatoria da comissão.

A três dias da instalação da nova CPI, ele manda um recado: “Da nossa parte, terá disputas se o PT não quiser investigar. Vamos cumprir o regimento e o papel que a CPI terá de ter”, afirmou nesta segunda-feira ao site de VEJA. “Não vou sair do meu canto para acabar politicamente”, continuou.

Deputado de segundo mandato, Motta ganhou a confiança de Cunha após comandar a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara no ano passado – comissão que, nas mãos do PMDB, se tornou um problema para o governo. Ainda no início das denúncias de corrupção na Petrobras, a comissão aprovou a convocação de nomes como Graça Foster, à época presidente da Petrobras, Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional investigado pela Polícia Federal, e Guido Mantega, então presidente do Conselho de Administração da Petrobras, órgão responsável pela controversa compra da refinaria de Pasadena, no Texas.

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Na esteira da formação do “blocão”, grupo informal que Eduardo Cunha montou para pressionar o governo, a Comissão de Fiscalização também aprovou a convocação de importantes ministros, como Arthur Chioro (Saúde) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), o que ficou marcado como uma estratégia de Cunha para constranger o governo.

Motta, que terá o nome oficializado apenas na próxima quinta, promete “indiciar quem quer que seja” – bem diferente do que aconteceu na antiga CPI mista, encerrada em dezembro do ano passado com um relatório sem envolver o nome de políticos. “O avanço das investigações torna essa CPI mais forte no que diz respeito à apuração das denúncias. Foram etapas subsequentes com empreiteiros presos e diretores com delação premiada. Não vai dar para tapar o sol com a peneira”, disse. O PT ainda não indicou o parlamentar que assumirá a relatoria. Um dos mais cotados é o deputado Vicente Cândido (PT-SP), que foi citado no esquema de corrupção ainda no início das investigações da Lava Jato. Ele admite conhecer o doleiro Alberto Youssef, mas nega o recebimento de vantagens.

Com o PMDB também no centro da operação Lava Jato, o próximo presidente diz não ser fácil julgar “companheiros”, mas que é “algo que tem que ser feito”. “Nós não vamos permitir interferências de ninguém. A comissão tem que ter autonomia”, afirmou.

Oficialmente indicado nesta segunda, o próximo presidente da CPI agora corre para definir um plano de trabalho para inaugurar a comissão, que será instalada na próxima quinta-feira. O colegiado terá como foco de investigação o propinoduto descoberto na Petrobras pela Operação Lava Jato da Polícia Federal. A CPI analisará contratos firmados desde 2005, quando já atuava na Petrobras o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, até este ano.

Composição – Nas negociações dessa segunda, além da presidência com o PMDB e a relatoria com o PT, ficou definido que o PSDB terá a vice-presidência da CPI. O PMDB também indicou os membros que vão compor o colegiado: Edio Lopes (RR), Darcísio Perondi (RS), Celso Pansera (RJ) e Lelo Coimbra (ES). Um quinto nome ainda está em discussão. Um dos cotados é o deputado Carlos Marun (MS).

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