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Técnico em radiologia filmava mulheres trocando de roupa

Manuel Ávila instalou câmeras escondidas no trabalho. E flagrava momento em que pacientes se despiam para exames

Por Da Redação
11 ago 2014, 10h19

Um técnico em radiologia teria filmado centenas de mulheres enquanto se despiam para realizar exames médicos, segundo reportagem do programa Fantástico, da rede Globo, exibida neste domingo. Manuel Ávila, de 50 anos, está preso desde a semana passada. Ele teria espalhado câmeras escondidas em clínicas e hospitais em que trabalhava e passou dez anos fazendo as filmagens, segundo a Polícia Civil. As câmeras eram escondidas até nos ralos dos banheiros usados pelas pacientes para a troca de roupa.

Os vídeos e CDs com as imagens foram encontrados num porão com entrada secreta, na casa dele. De acordo com a delegada Ana Luíza Salomone, que investiga os crimes, o acusado fez as filmagens em todas as clínicas em que trabalhou nos últimos dez anos, em cidades como Sorocaba, Itapetininga, São Roque e São Paulo. Quando foi preso, ele atendia numa clínica de Barueri, na Grande São Paulo. Entre as vítimas, estão adolescentes e crianças. “É incontável o número de imagens de pessoas diferentes que existem ali”, disse a delegada ao Fantástico.

Nascido em Lima, no Peru, o técnico está no Brasil há mais de vinte anos e também já trabalhou nas áreas de tomografia e ressonância magnética. Ávila alegou à polícia que as imagens foram feitas por outros funcionários e ele apenas as guardou. Ele foi levado para a cadeia pública de Pilar do Sul e terá pedida a prisão preventiva. A delegada quer apurar se as imagens foram distribuídas ou fornecidas a redes de pedofilia. Os donos das clínicas onde ele trabalhou serão intimados para prestar depoimento.

As gravações não se restringem ao local de trabalho. Segundo as investigações, Ávila também instalou câmeras na própria casa. Uma parente da ex-muher dele se reconheceu em três gravações de 17 anos atrás. Em uma das gravações, ela está tomando banho. Nas outras, o técnico aparece tocando a menina, que tinha 11 anos à época, enquanto ela dormia. “Eu estou surpresa. Não esperava me ver nos vídeos. Eu me sinto extremamente invadida. Eu me sinto extremamente mal”, contou a vítima que preferiu não se identificar.

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Foi somente após a separação da mulher, no fim do ano passado, que a ação de Ávila começou a ser revelada. A mulher descobriu que atrás de um armário no banheiro havia uma passagem escondida, que dava para um porão. Lá, a mulher encontrou pornografia infantil, gravações das câmeras e imagens de mulheres e crianças nuas e entregou tudo à polícia. “O fato de ele armazenar essas fotos já configura o crime”, explicou a delegada.

(Com Estadão Conteúdo)

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