Problemas nos trens do Rio vão continuar até 2016, diz secretário
Concessionária que opera trens metropolitanos no Rio informa que operação parcial ocorrerá a partir das 16h. Júlio Lopes diz não ser possível evitar transtornos quando há paralisação total do sistema
Apesar da promessa inicial de que o transporte ferroviário seria restabelecido até o horário de volta para casa – o rush da tarde -, não há previsão para que seja retomada a circulação normal de trens no Rio de Janeiro. De acordo com a Supervia, a circulação parcial está prevista para as 16h. O descarrilamento de um trem perto da estação São Cristóvão (Zona Norte) nesta manhã ainda provoca graves problemas aos passageiros que tentam chegar ao Rio. Sem os trens, milhares de pessoas procuraram ônibus e o metrô, que superlotaram. Usuários reclamam de falta de informação, superlotação e dificuldade de transitar nas estações, que mantiveram o sistema normal de entrada e saída.
Descarrilamento de trem leva o caos aos transportes no Rio de Janeiro
O secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, esteve durante a manhã na estação São Francisco Xavier. Segundo ele, a frota de ônibus foi reforçada. Osório afirmou que a Supervia terá que restituir o dinheiro das passagens. Já o secretário estadual, responsável pelo sistema ferroviário, foi xingado e hostilizado por passageiros nas proximidades do acidente. Júlio Lopes – que, entre outras declarações infelizes, chegou a culpar os usuários pelo acidente que deixou seis mortes no bonde de Santa Teresa – foi ameaçado de agressão. Os seguranças do secretário precisaram cercá-lo para evitar contato com os usuários de trem, revoltados.
Lopes foi fotografado pelo jornal O Globo dando uma gargalhada, acompanhado de duas pessoas, perto do local do acidente. Lopes deu mais uma declaração incômoda para os usuários de trens – apesar de parecer mais realista. Segundo ele, os problemas que se repetem no sistema ferroviário operado pela Supervia só serão resolvidos em 2016. Lopes, que faz parte do governo Sérgio Cabral, há sete anos no comando do Estado, culpou “décadas de abandono” pelos problemas do sistema. Em entrevista à rádio CBN, o secretário disse não ser possível evitar desconforto quando há uma paralisação total do sistema. O secretário não soube explicar a falta de um plano de contingência capaz de escoar os passageiros sem os tumultos registrados nas estações.
Agência reguladora dos transportes públicos, a Agetransp, divulgou em nota que investiga o acidente. A Agetransp informou também que enviou uma equipe para o Centro de Controle Operacional da Supervia em busca de informações sobre o desastre.
Por causa da superlotação nas plataformas, o Metrô chegou a fechar as entradas das estações de Triagem e Pavuna (zona norte), para evitar que as pessoas fossem empurradas sobre os trilhos. A companhia informou, pelo Twitter, que, a partir das 6h, que reforçou a quantidade de trens na linha 2, que atravessa os subúrbios e são alternativa bastante usada pelos passageiros que preferem não se arriscar no sempre problemático transporte ferroviário.
A Supervia informou que técnicos estão no local do desastre na tentativa de reparar o sistema energético da linha e normalizar a operação o mais rapidamente possível. O trem acidentado foi retirado dos trilhos cinco horas após o descarrilamento.
Passageiros caminham na linha férrea – Março de 2013
Passageiros se arriscam caminhando na linha férrea. O registro foi publicado no Youtube por um usuário.
Trens superlotados e de portas abertas – 2010
Passageiro filmou trens de portas abertas e superlotados na estação de Bangu.
Trens parados na Zona Oeste
Usuários mostram estação depredada em protesto pela interrupção na circulação de trens.
Tumulto na Central do Brasil
Passageiros se abrigam na Central do Brasil. As imagens de setembro de 2012 são do dia em que houve um quebra-quebra nas estações.
Passageiros protestam contra paralisação dos trens – fevereiro de 2012
Passageiros protestam contra paralisação dos trens.
https://youtube.com/watch?v=vItR8FRmNBo
Trem pega fogo – Setembro de 2012
Usuário da Supervia filma chamas sob um vagão da Supervia.
Tumulto e desinformação em dia de trens parados – Fevereiro de 2012
Passageiros buscam informações em dia de paralisação de trens, em fevereiro de 2012.
(Com Estadão Conteúdo)