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Sindicato prevê caos em aeroportos em 2014

Mesmo concluídas, obras da Copa não suportarão aumento da demanda

Por Luciana Marques
26 abr 2011, 17h14

Estudo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), divulgado nesta terça-feira, prevê que as obras em aeroportos nas cidades-sede da Copa de 2014 estão atrasadas e que, mesmo concluídas, não atenderão ao aumento da procura por passagens aéreas. Durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, o presidente do sindicato, José Márcio Monsão Mollo, disse que o número de passageiros passará de 155 milhões em 2010 para 225 milhões em 2014. “Vai ocorrer um caos completo, sem dúvida nenhuma”, declarou.

Segundo Mollo, a demanda de passageiros dobra a cada sete anos enquanto o movimento das aeronaves dobra a cada dez anos. Por isso, defende uma grande reforma nos aeroportos, e não só a construção de terminais provisórios, popularmente chamados de “puxadinhos”. “Isso só serve para ‘perfumar’ o embarque de passageiros”, avaliou.

Acervo Digital VEJA: o caos que nunca se resolve nos aeroportos brasileiros

De acordo com o sindicato, o aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, é um dos mais problemáticos. “Em Brasília há sérios problemas de pátios de estacionamento. Muitas vezes, o avião fica parado, aguardando local para estacionar”, lembrou Mollo. O fluxo de passageiros no aeroporto em 2010 foi de 14 milhões – 4 milhões a mais do que a capacidade instalada.

O aeroporto de Manaus também enfrenta uma situação caótica. “Há atrasos para conclusão dos projetos e para o início das obras”, declarou Mollo. O coordenador da Unidade Gestora da Copa do Governo do Estado do Amazonas, Miguel Capobiango Neto, admitiu falhas no aeroporto da cidade, que será uma das sedes da Copa. “O aeroporto foi construído há 35 anos e há muitos anos não sofre reforma”, disse.

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O projeto para a reforma do aeroporto de Manaus está orçado em 400 milhões de reais. Uma das dificuldades para o andamento das obras é que o aeroporto só possui uma pista principal e não será fechado no período das construções. “Tenho a impressão que a presidente Dilma é muito devagar”, criticou o senador Mário Couto (PSDB-PA) durante a reunião.

No Rio, também de acordo com o presidente do sindicato, o aeroporto Tom Jobim, não deverá apresentar problemas até 2020, ao contrário do Santos Dumont, que já está com capacidade esgotada.

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IPEA – Também estava presente à audiência o técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Álvares da Silva Campos Neto. Na semana passada, o instituto divulgou pesquisa que revelou que dez dos 13 aeroportos para a Copa não ficarão prontos a tempo.

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De acordo com o pesquisador, o atual plano de investimentos da Infraero para os próximos anos representa apenas um pequeno acréscimo do que já vem sendo realizado, passando de 1,1 bilhão de reais ao ano entre 2003 e 2010 para 1,4 bilhões de reais nos próximos quatro anos.

Caso o perfil de gestão se mantenha constante para os próximos quatro anos, segundo Neto, a empresa investirá apenas 2,5 bilhões de reais do total planejado, de 5,6 bilhões.

Concessão – Em meios às pesquisas sobre atrasos nos aeroportos, o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, anunciou nesta terça-feira durante a primeira reunião de 2011 do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o chamado “conselhão”, que haverá investimento em três aeroportos brasileiros no modelo de concessão. São eles: Guarulhos (São Paulo), Viracopos (Campinas) e Juscelino Kubistchek (Brasília).

“No curto espaço de tempo teremos concessão nos principais aeroportos que precisam de investimentos hoje”, disse o ministro. Segundo ele, os aeroportos de Confins (Belo Horizonte) e Galeão (Rio de Janeiro) também receberão investimentos públicos e privados “com urgência”.

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