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Sindicato dos professores defende black blocs e avisa que vai criar sua “autodefesa”

Grevistas afirmam defender “incondicionalmente os mascarados”. Assembleia decide manter paralisação nas redes municipal e estadual de ensino

Por Da Redação
9 out 2013, 19h22

O impasse, a intransigência e os atos violentos que envolvem a greve dos professores no estado e no município do Rio vão continuar – com possibilidade de agravamento da crise instalada. Na tarde desta quarta-feira, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) decidiu manter a paralisação – que é parcial – após uma assembleia no Clube Municipal, na Tijuca. Os sindicalistas e grevistas partiram em caminhada até a sede da prefeitura, na Cidade Nova, e causaram interdições no trânsito. O sinal mais preocupante, no entanto, vem de um manifesto no qual o Sepe diz defender “incondicionalmente os black blocs das ações policiais”.

A postura do sindicato continua a ser a de enxergar os fatos e discutir apenas o que interessa aos sindicalistas, controlados pelo PSOL e pelo PSTU. O texto afirma que os dirigentes da categoria não pretendem discutir os atos de vandalismo, mas sim as “ações violentas da PM durante os protestos”. Ou seja, para o Sepe, só existe violência se é cometida por policiais, e a tentativa de incendiar a Câmara dos Vereadores, a depredação de cinco agências bancárias e o ônibus incendiado na última semana não são problemas.

Não será estranho se em breve sindicalistas e black blocs formarem um só grupo compacto. O sindicato também divulgou que pretende “organizar a sua própria autodefesa contra as ações dos policiais”. “O Estado e seus gestores (Sérgio) Cabral e (Eduardo) Paes iniciaram uma ofensiva militar contra os movimentos sociais e a nossa greve, através de choques, bombas e sprays de pimenta. Devemos nos defender e seguir nas ruas”, afirmam.

O sindicato resolveu aderir de vez aos mascarados. “As manifestações dos profissionais de educação continuarão a ser organizadas pelo Sepe, mas os black blocs serão sempre bem-vindos. O Sepe não pode se responsabilizar por atos anteriores, mas, nos protestos dos professores, os causadores dos conflitos não foram os black blocs e, sim, a polícia”, afirmou o coordenador geral do Sepe, Alex Trentino, ao Jornal O Dia.

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Impasse – Pelo lado da prefeitura, a avaliação é de que não é mais possibilidade de diálogo com o Sepe. Na terça-feira, o prefeito Eduardo Paes teve reunião com representantes de escolas e de pais de alunos, para tentar costurar um fim da paralisação.

A Polícia Civil do Rio anunciou que vai usar a nova Lei de Organização Criminosa, uma norma federal que entrou em vigor em setembro e prevê punição de até 13 anos e qutro meses de prisão, para punir as pessoas flagradas em atos de vandalismo durante as manifestações promovidas na capital fluminense.

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A Lei de Organização Criminosa, número 12.850, prevê que a reunião de quatro ou mais indivíduos para a prática de crimes cujas penas máximas sejam superiores a quatro anos, ou que sejam de caráter transnacional, seja autuada como organização criminosa.

Nesta segunda, durante protesto a favor dos professores em greve, que pedem o cancelamento do Plano de Cargos e Salários aprovado na semana passada, 18 pessoas foram detidas por praticar atos de depredação e vandalismo – a Câmara Municipal chegou a ser alvo de um princípio de incêndio provocado por coquetéis molotov. A Polícia Civil não esclareceu se alguma delas será indiciada com base nessa lei.

O ato no Rio transcorreu pacificamente durante passeata da Candelária à Cinelândia, que reuniu 50 000 pessoas segundo o sindicato dos professores – a PM estimou o número de participantes em 10 000. Mas, com o policiamento mais fraco do que em protestos anteriores, a região central da cidade virou uma praça de guerra a partir das 20 horas, quando um grupo de black blocs que havia se juntado à passeata horas antes iniciou o ataque.

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