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Sete Lagoas: nascida para o alto

Há quatro décadas que a cidade se destaca pela produção industrial. Mas a diversificação econômica é uma evolução recente

Por Pieter Zalis e Gabriel Castro, de Sete Lagoas (MG)
31 Maio 2014, 20h11

O lema de Sete Lagoas é “nascida para alto” e está escrito em latim na sua bandeira. Mas o primeiro boom econômico só viria com a chegada das empresas de siderurgia nos anos 70. As características naturais e demográficas de Sete Lagoas, a proximidade com Belo Horizonte, que fica a 70 quilômetros, o acesso à rede ferroviária e aos principais centros de mineração de Minas Gerais eram uma vantagem importante. Além disso, havia mão de obra a um custo relativamente baixo.

Hoje, são 28 siderúrgicas presentes na cidade. Durante três décadas, essa foi a base da atividade econômica de Sete Lagoas. Havia emprego e o município tinha um volume expressivo de exportações, mas a produção do ferro-gusa não exigia grandes progressos tecnológicos nem mão de obra bem paga. “Apesar da diversificação de sua economia, Sete Lagoas ainda tem a maior produção independente de ferro-gusa no Estado de Minas Gerais”, afirma Fausto Varela Cançado, presidente do Sindicato de Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais.

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O salto seguinte só viria em 2001, quando a Iveco instalou na cidade uma fábrica de veículos pesados. Nos anos seguintes, vieram a Ambev, Elma Chips, Brennad Cimentos e outras empresas. De novo, a logística e a localização ajudaram. Boas rodovias para os padrões brasileiros, além de fácil acesso a capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Goiânia foram os principais incentivos.

O novo perfil industrial aumentou a exigência por engenheiros, técnicos e operários qualificados para atuar na linha de produção. Muitos vieram de fora da cidade; mas, no cenário global, isso elevou a média dos salários de Sete Lagoas. “A chegada da Iveco trouxe a segunda revolução para cidade. Muitos serviços, como educação, melhoraram e o setor de comércio se expandiu”, afirma Flávio Fonseca, presidente da Associação Comercial e Industrial de Sete Lagoas.

Os números comprovam a aceleração econômica de Sete Lagoas: entre 2000 e 2010, o PIB do município de 230.000 habitantes cresceu mais de 500%, o dobro da média nacional.

Sete Lagoas tem problemas; o saneamento básico atende apenas 10% da população, as ruas são esburacadas e a violência é maior do que a do restante de Minas Gerais. Será preciso resolver esses entraves para assegurar a continuidade do crescimento que se desenha para os próximos anos.

Infográfico: A Expedição VEJA, quilômetro a quilômetro

Mural: A Expedição nas redes sociais

A saturação imobiliária de Belo Horizonte, que tem poucos espaços desocupados, deve empurrar o fluxo de crescimento para o chamado Eixo Norte, do qual fazem parte a Cidade Administrativa do governo estadual e o aeroporto de Confins. Sete Lagoas vai ficar mais perto da capital.

A cidade nascida para o alto, entretanto, ainda busca o início de um ciclo similar ao de outras cidades pelas quais passou a Expedição VEJA: parte dos recursos gerados pelas grandes empresas precisa ser destinada à formação de mão de obra qualificada, o que permite que moradores locais supram a demanda das grandes empresas. Isso elevaria a renda média da cidade e criaria um efeito cascata sobre os setores de comércio e serviços. Este é um passo indispensável para a diversificação econômica.

Saiba quando a Expedição VEJA vai chegar a cada cidade
Datas* Cidade
6/5 Jundiaí/SP
7/5 Joinville/SC
9/5 Não-me-toque/RS
11/5 Guarapuava/PR
12/5 Três Lagoas/MS
14/5 Rondonópolis/MT
15/5 Sorriso/MT
17/5 Barra do Garças/MT
18/5 Brasília/DF
19/5 Luis Eduardo Magalhães/BA
21/5 Cristino Castro/PI
22/5 Picos/PI
23/5 São Gonçalo do Amarante/CE
25/5 Iguatu/CE
26/5 Petrolina/PE
28/5 Irecê/BA
29/5 Janaúba/MG
30/5 Sete Lagoas/MG
1/6 Porto Real/RJ
3/6 São José dos Campos/SP
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