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Temer prepara-se para deixar articulação política

Sem autonomia para negociar com base aliada, vice decide deixar coordenação política. Gesto é encarado por peemedebistas como um aceno à oposição

Por Laryssa Borges e Marcela Mattos, de Brasília
21 ago 2015, 21h12

O vice-presidente da República, Michel Temer, prepara-se para deixar a coordenação política do governo, função que a presidente Dilma Rousseff lhe confiou em abril na esperança de pacificar a base aliada. Embora não haja prazo pré-determinado para a saída, o marco temporal estabelecido por Temer era a votação das medidas de ajuste fiscal, que o Congresso concluiu nesta semana. Uma das reclamações do vice é a falta de autonomia para tomar decisões em nome do governo e atender aos pedidos de cargos e emendas dos parlamentares alinhados ao Planalto.

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O gesto de Temer é encarado por peemedebistas como um aceno à oposição, principalmente depois da manifestação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que defendeu publicamente a renúncia da Dilma como “um gesto de grandeza”. “Logicamente, é uma sinalização de que a oposição pode confiar nele, caso assuma o governo”, resume um deputado, vislumbrando a renúncia ou o impeachment da presidente.

O timing exato para o desembarque de Temer das funções de articulador ainda é calculado para que a decisão não seja vinculada à denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot contra o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo interlocutores, Temer ainda não discutiu o assunto com a presidente Dilma Rousseff.

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“Que articulador é esse que não tem autonomia, que não tem decisão nem capacidade de decidir?”, avalia um aliado de Temer, que relata que o vice-presidente está “incomodado” porque, constantemente desautorizado por Dilma, perderia seu capital político. “A decisão já está tomada. Só falta definir a data”, disse um deputado peemedebista. Para aliados de Temer, o desembarque deve se dar em setembro.

Senha – Outro fator que contribuiu para o desgaste de Temer e a decisão de deixar a articulação política foi a declaração de que “alguém” precisaria reunificar o país diante das crises política e econômica. A manifestação do vice-presidente foi interpretada por petistas como a senha de que ele próprio estaria se apresentando para assumir a função.

Aliado de primeira hora do vice-presidente, o atual ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, que tem acumulado as funções de articulador político, também deve deixar o posto ainda este mês e se dedicar exclusivamente à pasta de infraestrutura. Padilha já queria abdicar da dupla função antes do recesso do Congresso. A situação se agravou depois de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, barrar a distribuição de emendas parlamentares prometidas por Padilha. O ministro já conversou com o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, sobre a saída.

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