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Sabesp contrata empresa para fazer chover no Sistema Cantareira

Sistema que usa avião induzirá chuvas artificiais sobre reservatórios paulistas com níveis baixos. Especialista diz que eficiência do procedimento tem limites

Por Da Redação
7 fev 2014, 11h13

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) contratou uma empresa para induzir chuvas artificiais no Sistema Cantareira – os reservatórios estão no nível mais baixo desde 1974. A tecnologia permite a aceleração da precipitação de chuvas sem o uso de produtos químicos, em um processo conhecido como semeadura de nuvens.

O processo de “fazer chover” é relativamente simples. Um avião solta gotículas de água na base das nuvens. As gotas ganham volume e, quando estão pesadas o suficiente, a chuva localizada acontece. Segundo a empresa, o processo faz chover de 5 a 40 milímetros. O tempo de semeadura dura entre 20 e 40 minutos.

Segundo a diretora da empresa ModClima, Maejorie Imai, nesta quarta-feira foi possível produzir chuva artificial a Nordeste de Bragança Paulista. “Foi uma chuva pequena, mas já foi um bom sinal”, disse.

De acordo com a diretora, a Sabesp mantém contratos operacionais de médio prazo desde 2001 com a empresa para otimizar chuvas no sistema. “Em anos anteriores não fomos requisitados porque choveu muito. Agora, com toda a seca, a Sabesp nos contatou e deslocamos parte de uma equipe que estava fazendo chover em lavouras de soja, na Bahia”, disse Maejorie.

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Segundo Marjorie, é preciso que existam nuvens de bom porte para a chuva artificial funcionar. “Montamos uma operação para trabalhar toda nuvem boa que se aproximar do Cantareira. Nesse momento, o céu está muito limpo”, disse, no início da tarde desta quinta-feira.

“Hoje [quinta-feira] aumentou um pouco a quantidade de nuvens, mas elas estão rasas”, disse Neide Oliveira, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo o órgão, há previsão de chuvas significativas entre os dias 13 e 14 deste mês.

Para o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, a experiência internacional indica que a eficiência da semeadura – também conhecida como bombardeamento de nuvens – é limitada. “Há uma situação curiosa: a nuvem é bombardeada, mas não se sabe exatamente onde vai chover.”

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Para Braga, a medida mais importante é a conscientização da população. “A situação é muito grave, e a população tem de responder usando menos água”. Questionada sobre a eficiência do serviço executado pela ModClima, a Sabesp não quis comentar.

Menos água – O Ministério Público recomendou à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), vinculado ao governo paulista, a suspensão do aval para que a Sabesp use o banco de águas para abastecer a Grande São Paulo. Hoje, além da vazão de 24,8 metros cúbicos por segundo, a Sabesp usa 8,3 m³/s do Cantareira para a Região Metropolitana, enquanto as bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que abastecem dezenas de municípios, recebem descarga de 3,1 m³/s.

O presidente da ANA, Vicente Andreu, afirmou que a Sabesp poderá usar o banco de águas. “Até a construção de novos padrões, vai operar dentro do marco regulatório”, disse. Segundo ele, será avaliado o padrão de consumo diante dos estímulos que estão sendo dados pelas companhias de distribuição, como descontos ou multa. A situação atual, de acordo com Andreu, deve levar a um adiamento das audiências públicas em torno da renovação da outorga do Sistema Cantareira, marcadas originalmente para a próxima semana.

(Com Estadão Conteúdo)

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