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Roseana discutiu propina pessoalmente com ex-diretor da Petrobras

Paulo Roberto Costa revelou em depoimento que a ex-governadora do Maranhão recebeu 2 milhões de reais para sua campanha eleitoral em 2010

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 mar 2015, 21h33

A ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) discutiu pessoalmente com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa o repasse de propina para a campanha dela à reeleição, em 2010. A peemedebista, que já havia sido citada em uma negociata envolvendo o doleiro Alberto Youssef para o pagamento de precatórios no Estado, recebeu 2 milhões de reais desviados do esquema do petrolão. A informação consta do acordo de delação premiada celebrado por Costa. O ex-diretor concordou em apresentar provas sobre o propinoduto instalado na Petrobras em troca de benefícios judiciais.

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De acordo com Paulo Roberto Costa, o pedido de propina para a campanha ao governo maranhense partiu do então ministro de Minas e Energia e atual senador Edison Lobão (PMDB). Mas coube à própria então governadora discutir detalhes do repasse de recursos com o ex-diretor da Petrobras. Indicado para a diretoria de Abastecimento da petroleira pelo PP, Costa retirou do habitual caixa de propina do partido na empresa a parcela enviada à ex-governadora. Coube ao doleiro Alberto Youssef consolidar o pagamento.

“Edison Lobão solicitou propina para Roseana Sarney. O pagamento ocorreu via Youssef. [Paulo Roberto Costa] reuniu-se pessoalmente com Roseana em 2010 para tratar da propina”, registrou o Ministério Público ao catalogar as informações colhidas do ex-diretor no acordo de delação premiada.

Em um dos casos, a reunião para a discussão de propina ocorreu no próprio gabinete de Lobão, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Como titular da pasta de Minas e Energia, Lobão pediu 1 milhão de reais a Costa “sem explicar a finalidade”. O ex-ministro e atual senador é um dos 49 investigados no Supremo Tribunal Federal (STF).

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O envolvimento de ex-governadores no escândalo do petrolão foi amplamente detalhado por Paulo Roberto Costa aos investigadores da Operação Lava Jato. Além de Roseana Sarney e da arrecadação de 30 milhões de reais em caixa dois para o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral (PMDB), o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em agosto do ano passado, também foi citado como beneficiário de 20 milhões de reais do esquema para sua campanha à reeleição em 2010. De acordo com a delação de Paulo Roberto Costa, os valores foram intermediados pelo doleiro Youssef depois de pedido explícito do atual senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), ex-secretário do Desenvolvimento do Estado de Pernambuco.

As doações ilegais chegaram aos cofres de Campos no início de 2010, segundo Costa, depois de ele retirar os recursos do caixa de propina do PP. Os recursos para Campos, relatou o ex-diretor, “possivelmente” foram recolhidos após o consórcio Ipojuca Interligações, formado pelas empreiteiras IESA e Queiroz Galvão, terem pagado propina em contratos da refinaria Abreu e Lima. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não pediu abertura de inquérito contra o senador Fernando Bezerra Coelho. Ao todo, doze senadores serão investigados por suspeitas de terem se beneficiado de propina no petrolão.

Apontado como um dos principais delatores do esquema de corrupção e fraude na Petrobras, Paulo Roberto Costa disse às autoridades que, em determinado momento, para progredir na carreira, teve de ser apadrinhado politicamente – primeiro pelo PP, mas depois passou a trabalhar em benefício também do PMDB e do PT. No loteamento político na Petrobras, o PT controlava a presidência e as diretorias de Serviços, Gás e Energia, Financeira e Exploração e Produção; o PP tinha a diretoria de Abastecimento; e o PMDB atuava na diretoria Internacional.

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