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Rio tem menos de 10% da frota de ônibus urbanos em circulação

Cidade tem trânsito caótico, com trens e metrô superlotados. A um mês da Copa do Mundo, onda de greves põe autoridades em alerta

Por Da Redação
13 Maio 2014, 08h41

A paralisação dos rodoviários no município do Rio, prevista para durar 48 horas, causa transtornos aos cariocas desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira. A cidade tem menos de 10% da frota dos ônibus urbanos em circulação, de acordo com o secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, que fez um prognóstico pouco animador para o dia em entrevista à rádio CBN. De acordo com o secretário, o Rio vive um dia atípico, em que, apesar do envolvimento de diversos órgãos do poder público, será difícil evitar os transtornos. A paralisação de motoristas e cobradores, decidida na tarde de segunda-feira após uma reunião sem acordo, entre representantes dos grevistas e o sindicato patronal, Rio Ônibus, não teve, como na semana passada, depredações em massa. Mas já há relatos de ataques a dez coletivos estacionados na garagem da empresa Jabor, na Zona Oeste.

A população do Rio e da região metropolitana sofre para chegar ao trabalho. Trens, metrô e barcas montaram um esquema especial para atender a demanda maior nesta terça-feira, com funcionamento semelhante ao dos horários de pico ao longo de todo o dia. Estações e composições estão operando com lotação máxima. O esquema especial faz parte do plano de contingência anunciado na noite de segunda-feira pela prefeitura.

Conseguir um táxi esta manhã é missão difícil. As cooperativas informam por telefone que há grande espera pelas chamadas, e nas calçadas, principalmente da Zona Sul, é grande a disputa por um veículo disponível. O problema pode afetar quem chega à cidade pelos aeroportos Santos Dumont e Galeão, onde normalmente já há fila de espera pelos táxis credenciados.

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O número de veículos particulares em circulação também aumentou de forma expressiva. Os engarrafamentos são grandes em todas as vias que levam ao Centro. Esta manhã, Sansão anunciou também que não serão emitidas multas para as placas de veículos particulares circulando pelos corredores exclusivos de ônibus, como na Avenida Brasil e nas pistas do BRS (Bus Rapid Service).

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Abusos – Para complicar ainda mais o já caótico cenário dos transportes, surgem denúncias de abusos de motoristas de vans e táxis. Como há grande procura por esse tipo de veículo, chegaram à secretaria relatos de taxistas operando com cobrança “no tiro” – ou seja, com valores pré-determinados, mais altos que o das corridas normais, no taxímetro. Os valores nas vans também subiram.

A Secretaria Municipal de Transportes informou que há fiscalização, mas dificilmente será possível coibir todos os abusos, diante da complexidade do dia sem ônibus em circulação.

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A um mês do início da Copa do Mundo, o cenário de greves preocupa as autoridades no Rio, e ameaça criar mais uma onda de repercussão internacional negativa para a cidade. O noticiário sobre o Rio mundo afora, que voltou a destacar episódios de violência e dúvidas sobre a eficiência das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), agora recebe também alertas sobre dificuldades de transportes e até a possibilidade de greve das polícias militar e civil às vésperas da competição.

Desde a segunda-feira estão de braços cruzados os professores das redes municipal e estadual do Rio. Vigilantes particulares também dão sinais de que pretendem parar. Servidores federais do Ministério da Cultura, em reunião com oitenta representantes na segunda-feira, em Brasília, decidiram começar nesta quinta-feira uma paralisação em todos os trinta museus do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). A visita a museus faz parte da agenda turística paralela à de grandes competições esportivas, e foi um dos trunfos para a grande aprovação popular dos Jogos Olímpicos de 2012 em Londres.

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Zona Oeste – Dependente dos ônibus, a Zona Oeste é uma das mais prejudicadas. Nenhum ônibus de linha municipal está circulando pelo bairro de Jacarepaguá desde o início da madrugada. Nem mesmo os ônibus do tipo frescão estão nas ruas, ao contrário da greve na semana passada, quando os coletivos circulavam com passageiros em pé. A exceção, até as 8h, eram os coletivos intermunicipais. A pista sentido Centro da Linha Amarela, no trecho que passa pelo bairro, está completamente congestionada. Há ônibus com destino a cidades da Baixada Fluminense parados no engarrafamento. As vans legalizadas, que circulam dentro do bairro, estão cobrando dez reais, em vez dos três reais da tarifa normal (para ônibus e vans).

Em Gardênia Azul, onde há pontos finais de ônibus para o Centro e a Tijuca, passageiros fazem filas enormes à espera de transporte. Policiais militares do Batalhão de Choque fazem a segurança do local, mas mesmo assim nenhum ônibus apareceu.

O carpinteiro João de Deus, de 34 anos, chegou às 4h40 para tentar um transporte para o trabalho no Centro. Por volta das 7h ele ainda esperava no ponto. “Na semana passada não consegui ir trabalhar no dia da greve. E hoje a empresa já avisou que vai descontar o dia de quem não for. Entendo que a empresa não tem culpa. Mas o trabalhador também não tem”, disse.

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(Com Estadão Conteúdo)

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