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Relator: CPI deve focar investigações em evasão de divisas

Para o deputado Odair Cunha, esclarecimentos de delegado da PF reforçam necessidade de ouvir ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, e de investigar relações de Cachoeira com governadores

Por Laryssa Borges e Gabriel Castro
10 Maio 2012, 17h32

O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse nesta quinta-feira que o depoimento do delegado da Polícia Federal (PF) Matheus Mella Rodrigues, realizado a portas fechadas, detalha as estratégias da organização criminosa comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. O relato do policial reforça, segundo Cunha, a necessidade de os parlamentares apurarem o esquema de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas do bicheiro. Das treze empresas de Cachoeira apontadas pela PF como envolvidas no esquema, pelo menos três receberam depósitos da construtora Delta.

Para Cunha, os esclarecimentos do delegado não alteram o atual cronograma de depoimentos da CPI, mas reforçam a importância de ouvir, por exemplo, o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu. A convocação do ex-dirigente da empreiteira já foi aprovada pela CPI e ele deve prestar depoimento no dia 29 de maio.

“Muitas empresas foram usadas para lavagem de dinheiro e muitas outras para garantir a evasão de divisas. Isso foi bem pontuado pelo delegado e reforça a necessidade de buscarmos investigar a evasão de divisas. Com certeza milhões de reais foram para fora do país”, explicou o relator da CPI.

O delegado afirmou à CPI que a Polícia Federal detectou uma movimentação financeira de 39 milhões de reais da Delta para o grupo de Cachoeira. Para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), há indícios de que “Carlinhos Cachoeira se transformou em um megalobista com tentáculos em vários estados”.

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Governadores – Na avaliação de Cunha, as informações do delegado Matheus Mella Rodrigues evidenciam ainda que precisam ser investigadas as relações entre Cachoeira e autoridades com foro privilegiado, como governadores. Para a investigação de governadores, detentores de foro privilegiado, é necessária a autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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“O delegado pontua bem os pontos que precisam ainda ser investigados, especialmente no que diz respeito às pessoas que têm prerrogativa de foro, que precisam ser investigadas por nós. Ficou evidenciado que há níveis de participação diferenciados entre os governadores. Estamos atrás da individualização da conduta. Não haverá generalização”, disse o relator da CPI.

As investigações das operações Vegas e Monte Carlo apontam escutas telefônicas com citações aos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

Casa – O delegado também reforçou as suspeitas sobre a venda da casa onde Cachoeira foi preso, em Goiânia. O imóvel pertencia a Perillo, que alegava ter vendido a casa ao empresário Valter Paulo Santiago. Mas a Polícia Federal obteve três cheques repassados por um sobrinho de Cachoeira a Perillo, no valor total próximo de 1,5 milhão de reais, que teriam sido usados pelo contraventor para adquirir o imóvel do governador.

Infográfico: clique e conheça a corrente de Cachoeira

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