Polícia Federal: reformas clandestinas fizeram o Edifício Liberdade desabar
PF indiciará sete pessoas por quatro crimes, entre eles homicídio culposo
A Polícia Federal apontou como a causa da queda do Edifício Liberdade, no centro do Rio, em janeiro deste ano, a reforma feita no escritório da empresa T.O. (Tecnologia Organizacional). Segundo as informações antecipadas pelo telejornal RJTV, da Rede Globo, o relatório da PF destaca a derrubada de uma coluna, dois pilares e cinco paredes estruturantes como motivos do acidente. O prédio caiu no dia 25 de janeiro deste ano no centro do Rio junto com outras duas edificações vizinhas. No total, 22 pessoas morreram. Dos cinco desaparecidos, dois foram identificados nesta terça-feira por meio de exame de DNA.
A Polícia vai indiciar sete pessoas, inclusive o sócio da empresa, por causarem a queda do prédio. Elas responderão por homicídio culposo, lesão corporal culposa, desabamento e dano ao patrimônio tombado culposo (por ter afetado parte do Theatro Municipal, que é tombado).
No começo de janeiro, quatro operários que atuaram na obra da T.O. afirmaram, em acareação na sede da Polícia Federal do Rio, que derrubaram cerca de oito paredes do 9º andar – quatro delas eram estruturais, ou seja, ajudavam a sustentar o peso da construção. Na ocasião, o delegado da PF Fábio Scliar disse que as obras no pavimento deixaram apenas duas paredes de pé – uma estrutural, outra comum – e uma coluna. No mesmo dia, Scliar afirmou que os profissionais não eram habilitados para trabalhar na obra. Nenhum deles era pedreiro, o que o delegado classificou como “certa leviandade”.
Wanderley Muniz da Silva trabalhava como auxiliar de pedreiro. Alexandro da Silva Fonseca também era auxiliar de pedreiro nas horas vagas. Gilberto Figueiredo e André Moraes da Silva eram contratados de uma empreiteira de decorações, que trabalhava com piso e gesso. Além de não haver um pedreiro na obra, quem tocava a reforma era uma empreiteira que não está acostumada a fazer trabalhos como o de derrubada de paredes.
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