Quatro funcionários da ANA perdem seus cargos
Eles trabalhavam no gabinete de Paulo Vieira, suspeito de comandar grupo que fraudava laudos e fazia tráfico de influência em órgãos federais
Após o afastamento do diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, mais quatro servidores deixarão a agência. Eles eram do gabiente de Vieira, preso na Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, na última sexta-feira suspeito de comandar uma quadrilha que fraudava laudos em órgãos e agência reguladoras e que realizava tráfico de influência. Dois servidores federais do gabinete de Vieira perderão seus cargos comissionados e voltarão aos seus postos de origem. Outros dois funcionários terceirizados foram demitidos na manhã desta segunda-feira.
De acordo com a agência, os quatro profissionais foram os únicos, até o momento, a perderem seus postos. Os dois servidores concursados, um da própria ANA e outro do Ministério da Educação, atuavam no gabinete a convite de Paulo e agora serão reconduzidos a seus cargos. Segundo a agência, os funcionários perderam seus cargos devido ao afastamento de Vieira, não tendo sido identificada ainda nenhuma ligação deles com o esquema.
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A ANA informou ainda que, conforme determinação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, uma comissão especial foi instalada nesta segunda-feira com o objetivo de apurar as denúncias da PF. O presidente da banca será Elmar Luis Kichel, responsável pela Corregedoria da agência, que terá o prazo de 60 dias para averiguar o envolvimento de funcionários no esquema.
Anac – Outro órgão federal atingido pela Operação, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), informou, por meio de nota divulgada no sábado, que vai instaurar um processo administrativo para apurar se funcionários fizeram parte do esquema. O diretor de Infraestrutura da agência, Rubens Carlos Vieira, foi um dos presos na última sexta-feira e também permanece afastado. Ele é irmão de Paulo Rodrigues Vieira.
A agência afirmou na tarde desta segunda-feira que a filha de Rosemary Nóvoa de Noronha, Mirelle Nóvoa de Noronha Oshiro, pediu exoneração do cargo que exercia na ANAC, de assessora técnica do setor de Infraestrutura Portuária.
Operação – A ação da Polícia Federal foi deflagrada na última sexta-feira com a prisão imediata de seis pessoas, entre eles, José Weber Holanda, segundo na hierarquia da Advocacia-Geral da União (AGU). Rosemary Nóvoa de Noronha, chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, foi uma das 18 pessoas indiciadas.
A Operação Porto Seguro envolveu 180 agentes nas cidades paulistas de Cruzeiro, Dracena, Santos, São Paulo e em Brasília. Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão em São Paulo e 17 na capital federal.