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PT confirma candidatura de Dilma para conter ‘Volta, Lula’

Encontro do partido respaldou a candidatura da presidente, que vive momento de fragilidade. Em discurso, Lula atacou adversários e defendeu mensaleiros – os mesmos que há uma semana ele disse que não eram de sua confiança

Por Mariana Zylberkan
2 Maio 2014, 23h15

Em um evento pontuado por ataques a adversários políticos e à imprensa, defesa dos mensaleiros presos e tentativa de abafar as denúncias de corrupção na Petrobras, o PT respaldou na noite desta sexta-feira a pré-candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição. O encontro nacional, em São Paulo, ocorreu no momento de maior fragilidade do governo Dilma e foi destinado a tentar abafar o movimento “Volta, Lula”, que ganhou força nesta semana e ecoou em partidos aliados.

Coube justamente ao ex-presidente o discurso para aplacar a corrente que defende sua candidatura no lugar da de Dilma. “Precisamos parar de imaginar que existe outro candidato que não a Dilma neste partido. Quando a gente brinca com isso os adversários tiram proveito. Se um dia eu tivesse que ser candidato a alguma coisa, a primeira a saber seria a presidente Dilma Rousseff”, disse.

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Lula também puxou a artilharia contra os adversários, disse que a “campanha eleitoral será dura” e retribuiu o coro da plateia petista em defesa dos mensaleiros presos – os mesmos que ele disse não ser sua confiança em recente e indecorosa entrevista a uma TV portuguesa. “Parece que é uma coisa contra o Zé Dirceu, Genoino, João Paulo [Cunha], Delúbio [Soares]. A perseguição é ao nosso partido”, afirmou. “Enquanto as pessoas se preocupam em tentar veicular todos os dias notícias sobre os nossos companheiros que estão presos, o mensalão mineiro voltou ‘de fininho’ para Belo Horizonte e ninguém comenta”, completou, referindo-se ao processo do valerioduto tucano que foi remetido pelo Supremo Tribunal Federal para a Justiça mineira após a renúncia do ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

O ex-presidente também disparou contra a imprensa, a quem se referiu como “principal partido de oposição”, e chamou as denúncias de irregularidades que assolam a Petrobras de “tentativa da elite brasileira de tentar destruir a imagem da empresa que durante tantos anos é motivo de orgulho do país”. Lula, aliás, ainda fez questão de elogiar e estimular Dilma a repetir o pronunciamento eleitoreiro feito em cadeia de rádio e TV no Dia do Trabalho. “Você estava precisando fazer um discurso daquele. O PT estava precisando daquele discurso […] Os adversários ficaram muito nervosos, uma parte da imprensa ficou muito nervosa. Portanto, querida, faça mais.”

Dilma – Após receber o apoio e a “benção do padrinho”, Dilma começou o seu discurso pontuando que a confirmação de seu nome como candidata do partido era uma prova da confiança existente entre Lula e ela. A presidente seguiu a orientação do mentor e repetiu o seu pronunciamento, cheio de retóricas e “vivas” aos grandes avanços dos últimos anos. Mas, ao culpar os outros pelo seus fracassos, Dilma preferiu generalizar, como no caso da Petrobras. “Eu não fui eleita para para entregar o pré-sal.” Ou escolheu se esquivar e relembrar uma crise que já tem seis anos e sua equipe ecônomica não soube decifrar. “O mundo mudou quando eu assumi o mandato. A crise financeira iniciada em 2008 atingiu os países emergentes. O Brasil soube se defender sem arrochar o salário do trabalhador e sem elevar os níveis de desemprego, como era feito no passado”. Por fim, utilizou o velho conceito petista do nós somos limpos, eles são sujos. “O governo do PT é o que mais combateu a corrupção no Brasil. Investigava-se muito pouco no passado, agora abrimos as gavetas e apuramos tudo. O que envergonha o país não é investigar a corrupção, mas empurrar para debaixo do tapete como era feito antes”.

Conhecido como um partido de tendências e correntes dissonantes internas, o fato de o PT respaldar a candidatura de Dilma na noite de hoje não significa que a pressão de parte da sigla pelo retorno do ex-presidente Lula será sepultada. Porém, a intenção do comando do partido – e do próprio Lula – é tentar minimizar a pressão de aliados e militantes em um momento de fragilidade inédita de Dilma, cujos índices de aprovação seguem derretendo nas três últimas pesquisas.

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