Protesto na Alerj cobra solução para sumiço de Amarildo
Pedreiro desapareceu no dia 14 de julho. Caso já é tratado como homicídio, mas a polícia investiga se o crime foi cometido por policiais ou traficantes
A ONG Rio de Paz realizou nesta terça-feira, um ato para cobrar uma solução para o sumiço, há quase um mês, do pedreiro Amarildo de Souza. O protesto ocorreu em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), antes de uma audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Casa para discutir os casos de desaparecimentos não esclarecidos no estado.
O grupo colocou nas escadarias do Palácio Tiradentes, sede da Alerj, dois manequins sujos de tinta vermelha, simbolizando sangue. Um dos bonecos foi colocado em meio a pneus para representar um “micro-ondas”, no qual vítimas têm o corpo incendiado. No Rio, a prática é comum em favelas dominadas pelo tráfico de drogas. Dezoito atores, também sujos de tinta vermelha, fizeram uma encenação no local.
Amarildo está desaparecido desde a noite de 14 de julho, quando foi conduzido por policiais militares de sua casa até à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha, na zona sul do Rio.
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Casos – Presidente do Rio de Paz, Antônio Carlos Costa destacou que o número de desaparecidos no Estado do Rio vem subindo ano a ano. “Há milhares de Amarildos por aí. Cerca de 35.000 pessoas sumiram de 2007 a 2013 no estado. Queremos uma pesquisa para saber quantos desses desaparecidos foram assassinados. O Rio está repleto de locais de desova e cemitérios clandestinos. Os rios que deságuam na Baía de Guanabara estão repletos de cadáveres. O caso do Amarildo chamou a atenção para o fenômeno, que deveria causar indignação nas autoridades”, afirmou Costa.
A mulher de Amarildo, Elizabete Gomes da Silva, participou da audiência pública, e disse ter certeza que o pedreiro está morto. “Não tenho mais esperança… Meu marido nunca saiu de casa. A última que ele disse antes de sumir foi: ‘Bete, meus documentos estão com aquele policial’… e entrou na viatura da PM. Só queremos saber onde ele está”.
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(Com Estadão Conteúdo)