O Movimento Passe Livre promoveu nesta terça-feira a terceira manifestação seguida contra o reajuste de cinquenta centavos na tarifa de ônibus, trens e metrô em São Paulo – após o aumento, o valor subiu para 3,50 reais. Mas o protesto na Zona Leste da cidade foi esvaziado e pela primeira vez neste ano terminou sem incidentes nem confronto com a Polícia Militar. A caminhada que saiu da Praça Sílvio Romero, no Tatuapé, começou com cerca de 500 pessoas a chegou a 5.000 quando atingiu o Largo São José do Belém, na mesma região, segundo o capitão da PM Ubirajara Storai. Entre os manifestantes, havia mascarados adeptos da tática Black Bloc. A PM destacou 650 policiais para controlar a manifestação. O momento de maior tensão ocorreu quando o grupo, cercado pela tropa, passou por um viaduto na Avenida Radial Leste – a avenida chegou a ser bloqueada no sentido Centro. Houve um bate-boca, mas sem confronto com a PM.
O Passe Livre estendeu uma bandeira contra o aumento da tarifa no Viaduto Guadalajara, na Rua Belarmino Matos. O grupo encerrou o protesto em acordo com a PM, seguindo orientação de trajeto combinado. “O resultado foi positivo porque não tivemos depredações. Eu fiz um acordo com a liderança, eles concordaram. E ambas as partes cumpriram esse acordo até o final”, disse o capitão Ubirajara Storai. Após a dispersão do grupo, manifestantes tentaram pular as catracas da Estação Belém, mas foram impedidos por seguranças do Metrô. Em ato isolado, dois homens vestidos de preto picharam as paredes da estação e quebraram câmeras de monitoramento e vidros da bilheteria. A quarta manifestação foi marcada para a próxima sexta-feira e tem como ponto de partida o Theatro Municipal, no Centro da capital paulista. (Eduardo Gonçalves, de São Paulo)
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