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Prefeitura nega trégua na restrição a caminhões

Gasolina acabou em quase todos os 2 100 postos da Grande São Paulo e estoques de etanol e diesel estão chegando ao fim. Motoristas em greve querem garantia de escolta para todos os caminhões-tanque que chegarem a São Paulo

Por Marina Pinhoni
7 mar 2012, 18h44

A Secretaria Municipal de Transportes (SMT) informou por volta de 20 horas desta quarta-feira que não irá alterar a proibição de circulação de caminhões na Marginal Tietê. O pedido foi feito pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do estado de São Paulo (Sincopetro).

“Entendemos que os horários definidos para o transporte de cargas e também para o transporte de cargas perigosas definidos são suficientes para que as empresas possam realizar o abastecimento na cidade”, diz nota oficial do órgão. “A SMT acredita que o setor possui logística necessária para normalizar o problema dos combustíveis em São Paulo no prazo mais curto possível, cumprindo as regras de circulação”.

O Sincopetro enviou ofício à prefeitura de São Paulo e à CET pedindo a suspensão por uma semana da portaria que determina a restrição da circulação de caminhões na Marginal Tietê. A medida provocou a paralisação dos motoristas de caminhões-tanque que abastecem os postos de gasolina de São Paulo. Com a greve, há escassez de combustíveis nos postos, longas filas e aumentos abusivos de preços. Na terça-feira, segundo dia da restrição, houve congestionamento recorde na cidade.

Segundo o sindicato, quase 100% dos 2 100 postos da grande São Paulo já estão sem gasolina. Alguns ainda têm etanol e diesel, mas os estoques estão chegando ao fim. O pedido, portanto, é para suspender a norma para que o abastecimento seja normalizado. “A situação dos postos é crítica”, disse o presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia. No entanto, o prefeito Gilberto Kassab deu mostras nesta quarta-feira de que não voltará atrás. “Não existe a possibilidade das regras serem suspensas agora. Isso seria como ceder ao movimento grevista”, declarou o prefeito em evento pela manhã na Zona Norte da capital.

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O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do estado de São Paulo (Sindicam) , que representa os motoristas em greve, enviou ofício à Polícia Militar pedindo escolta para todos os profissionais. A Polícia Militar informou em nota que recebeu o documento e que dará todo apoio possível onde houver problemas de segurança, como vem sendo feito desde segunda-feira. “A PM espera contar com a colaboração do sindicato e dos transportadores autônomos no sentido de que não ocorra nenhum tipo de incidente”, diz a nota. A polícia pede ainda que qualquer pessoa que presenciar animosidade contra caminhoneiros acione a polícia.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom) estima que, caso a paralisação dos caminhoneiros acabe ainda nesta quarta, demoraria de três a quatro dias para normalizar o abastecimento. O Sincopetro afirma que o prazo seria maior, de até uma semana. E, mesmo assim, se a prefeitura suspender a restrição na Marginal. “Se o prefeito atender ao pedido de suspensão de sete dias, acredito que em quatro dias, no máximo sete, serão atendidos todos os postos”.

Gouveia afirmou não concordar com a paralisação dos motoristas autônomos, que chega ao terceiro dia apesar da determinação judicial de que eles voltem ao trabalho. “Achamos que a greve tem que ser revista. Todos nós queremos um trânsito melhor na Marginal. Se for preciso isso (a restrição de horário), eles que se adaptem”, afirmou.

Demanda – De acordo com o Sindicom, que representa as quatro maiores distribuidoras de combustíveis do país – Petrobras, Shell, Ipiranga e ALE, empresas que comercializam 75% do combustível do mercado -, apenas dez por cento das entregas estão sendo feitas em postos de gasolina. As três principais distribuidoras ficam em Barueri, Guarulhos e São Caetano. A Polícia Militar está escoltando os motoristas para evitar agressões de piqueteiros contra quem decida furar a greve. A prioridade é para serviços emergenciais, como coleta de lixo, aeroportos e hospitais.

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No entanto, a medida tem se mostrado ineficaz para regularizar o abastecimento. Para atender a demanda diária dos postos e das indústrias da grande São Paulo são necessárias 2 000 viagens de caminhão com combustível. Foram feitas 84 até as 14 horas desta quarta. “Seria necessário uma quantidade de 30 a 40 milhões de litros por dia e só entregamos cerca de dois milhões”, afirmou Alísio Vaz, que preside o Sindicom.

A entidade alerta que alguns motoristas até tentaram sair sem escolta policial, mas acabaram sendo intimidados por grevistas e tiveram de retornar sem fazer a entrega. “A polícia não tem condições de fazer escolta de todos os caminhões”, diz Vaz.

Traição – Perguntado sobre o aumento dos postos diante da escassez dos combustíveis, o presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia, disse se sentir traído. “Eu vejo isso como uma traição ao consumidor. Não concordamos com essa atitude. Houve abuso de alguns revendedores e isso tem que ser punido”, declarou.

Segundo ele, o sindicato está encaminhando denúncias ao Procon e à Agência Nacional do Petróleo. Só nesta quarta, o sindicato recebeu 35 reclamações.

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