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PP anuncia maioria contra Dilma e desembarca do governo

Sigla atualmente comanda o Ministério da Integração Nacional e foi um dos principais alvos do Planalto no saldão de cargos promovido pelo governo

Por Marcela Mattos e Laryssa Borges, de Brasília
12 abr 2016, 19h22

Sigla mais cortejada no saldão de cargos promovido pelo governo federal, o Partido Progressista (PP) oficializou nesta terça-feira o desembarque do governo e determinou que seus apadrinhados entreguem os postos que ocupam na administração pública. Os primeiros a puxar a fila devem ser, por ordem do partido, o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, e o presidente da Codevasf, Felipe Mendes.

A decisão em favor da debandada ocorreu depois de a maioria da bancada considerar que o partido deve apoiar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A posição do PP, o partido com mais representantes entre os investigados na Operação Lava Jato, é uma das mais emblemáticas derrotas para o Palácio do Planalto às vésperas da votação do processo que pode culminar com a derrubada da petista do poder.

“É uma decisão que eu não defendia, não vou negar. Eu defendia até o momento de hoje a permanência do partido na base de sustentação da presidente. Mas não me cabe outra alternativa, como seu presidente, que não acatar a decisão. Então hoje, o partido solicita aos seus quadros que pertencem ao governo da presidente Dilma Rousseff a carta de renúncia desses membros. Os dois mais emblemáticos eu já comuniquei, o ministro Gilberto Occhi e o presidente da Codevasf, o doutor Felipe Mendes, que têm cargos de extrema confiança do partido. Eu pedi que fizessem suas cartas. Eles prontamente atenderam para que pudéssemos remeter e colocar todos os outros cargos à disposição da presidente Dilma, como gesto de grandeza do partido e também de lealdade”, disse o presidente do PP, Ciro Nogueira.

“Eu não vejo como, se o partido está tomando hoje a decisão de romper com a presidente, nós podemos permanecer com cargos indicados pelo partido. Está tomada a decisão, agora vamos buscar a unidade na votação de domingo no nosso partido. A decisão da bancada da Câmara é que haja a entrega dos cargos, o desembarque do governo. Mas o partido não vai perseguir ou penalizar qualquer pessoa que por ventura divirja dessa decisão da maioria”, completou o dirigente.

No leilão do espólio do PMDB, gigante que deixou a base de sustentação do governo Dilma, o governo chegou a cotar o deputado Ricardo Barros (PP-PR) para conduzir o milionário orçamento do Ministério da Saúde. Ainda assim, o partido, formado por 47 parlamentares, deve votar favoravelmente à queda da petista.

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Em meio a gritos de “impeachment”, o anúncio foi feito pelo líder da legenda e ex-ministro de Dilma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), após reunião de duas horas nesta tarde. Ribeiro afirmou que o encontro decidiu pela “unidade da bancada” e que o partido, “em sua maioria absoluta e ampla, deliberou pelo encaminhamento em plenário no voto ‘sim’ ao processo do impeachment”. Isso significa que os parlamentares serão orientados a seguir a maioria em seus votos, mas não serão punidos caso optem por votar contra o impeachment.

O PP estava entre os principais cotados em uma reforma promovida pela presidente Dilma caso sobreviva ao impeachment. A oferta feita pelo Planalto ampliaria a participação da legenda na Esplanada, ganhando também o Ministério da Saúde, e ainda em uma das grandes estatais brasileiras, levando o comando da Caixa Econômica Federal. Até o momento, porém, a investida foi pouco proveitosa.

Nos cálculos de deputados pró-impeachment, a posição da legenda desta terça deve fazer com que 40 parlamentares do PP, ou 85% da bancada, votem contra Dilma no próximo domingo. “Isso decide a votação. Vários deputados disseram que são contra ou indecisos, mas que seguem posição da bancada”, afirmou o deputado Jerônimo Goergen (RS). “A posição reverte totalmente o quadro”, avalia o deputado Afonso Hamm (RS).

Até agora um aliado da presidente Dilma, o deputado e ex-prefeito Paulo Maluf (SP) justificou seu voto pelo impeachment: “Apesar de todas as convicções de que temos uma presidente correta, decente e honesta, o governo perdeu as condições de governabilidade”, afirmou.

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