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Policial do Bope dá detalhes da negociação com bandidos

Tenente explica como foi o procedimento para libertar os 35 reféns que ficaram em poder de criminosos no Hotel Intercontinental

Por Rafael Lemos e Cecília Ritto
21 ago 2010, 19h13

Momento mais tenso foi o cerco ao local onde estavam os reféns

Comandante de uma unidade especializada em negociação para a libertação de reféns, o tenente Matos, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), relatou a VEJA.com detalhes dos cerca de 50 minutos de diálogo com os bandidos que invadiram o Hotel INterncontinental na manhã deste sábado, no Rio. Segundo Matos, pela complexidade da situação e pelo número de bandidos e reféns envolvidos, o desfecho da negociação se deu mais rápido do que o esperado. “Já tivemos experiências em que a conversa precisou ser muito mais demorada e arrastada”, disse.

O primeiro passo para convencer os bandidos a dialogar foi estabelecer uma conexão com o grupo. Isso se deu, segundo relata o militar, pelo contato com parentes dos criminosos e com o presidente da Associação de Moradores da Rocinha – uma exigência do grupo. Iniciada a conversa, o primeiro pedido foi no sentido de reduzir os riscos para os 31 reféns envolvidos – 26 funcionários e cinco hóspedes, segundo a polícia. “Começamos pedindo para que as armas não fossem apontadas para a cabeça das pessoas. Depois de relutar inicialmente, eles nos atenderam”, explica.

O momento mais tenso, desde a chegada do Bope ao Intercontinental, foi o cerco ao local onde estavam os reféns. “Nessas situações, o medo é de que qualquer ruído provoque uma reação desesperada dos criminosos. Eles estão sob constante temor de uma invasão, e um barulho incompreendido pode deflagrar uma ação inesperada, com conseqüências graves, até”, adverte.

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Entre os criminosos, a liderança se alternou várias vezes, de maneira que não foi possível estabelecer com clareza quem seria o chefe do bando que optou por entrar no hotel. Todos os traficantes, no entanto, tinham uma pergunta: de quem teria sido a ideia de conduzir o grupo para uma situação com reféns num local de onde dificilmente o bando sairia solto?

O trabalho do Bope continuou mesmo depois da rendição, quando os traficantes concordaram em deixar as armas no chão e sair da área de serviço com as mãos na cabeça. “Soubemos que eles mandaram alguns funcionários retirar os uniformes. Por isso, fizemos uma checagem de todos os que ficaram na cozinha depois da rendição. Havia a possibilidade de algum bandido ter permanecido disfarçado”, disse Matos, que teve ao longo do trabalho a supervisão de outro negociador do Bope, o sargento Henrique.

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