Polícia cerca o Alemão em busca de traficantes que atacaram UPP
Homens de seis unidades da PM reforçam o patrulhamento na área da favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, onde foi morta a soldado Fabiana
A Polícia Militar reforçou o patrulhamento na área da favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, onde foi atacada a Unidade da Polícia Pacificadora (UPP) na noite de segunda-feira. Na troca de tiros entre policiais e cerca de 10 criminosos, a soldado Fabiana Aparecida, 30 anos, foi alvejada e morta. Desde a manhã desta terça-feira, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o Batalhão de Choque, a Unidade de Policiamento com Cães, o Batalhão de Campanha e o 16º BPM (Olaria) estão patrulhando o local.
Policiais fazem um cerco ao conjunto de favelas. Nos acessos, voltaram as revistas, conhecidas pelos moradores desde a época da ocupação dos morros pelo Exército. O efetivo de PMs da UPP Nova Brasília também está reforçado com remanejamento de folgas. Policiais do Comando de Polícia Pacificadora também dão apoio às operações.
O Disque- Denúncia recebeu, até o meio-dia desta terça, seis informações sobre o ataque de traficantes à base da UPP. Através de nota, o governador Sérgio Cabral se solidarizou com a família de Fabiana e destacou a política de pacificação, ameaçada por ataques de bandidos e por envolvimento de policiais com o tráfico. “(Fabiana foi) covardemente assassinada no exercício de seu trabalho na Unidade de Polícia Pacificadora, que hoje representa um novo ambiente de vida para mais de um milhão de pessoas, em mais de uma centena de comunidades e bairros do Rio de Janeiro”, diz a nota.
“O governo do estado acredita que a marginalidade vem perdendo forças diante da política de Segurança Pública e que ações como estas demonstram o desespero de organizações criminosas. Elas estão percebendo que, cada vez mais, o processo civilizatório foi retomado no Rio de Janeiro”, afirmou Cabral através da nota. Ele acrescentou que, em “homenagem a esta policial”, “o governador declara que a política de pacificação, representada pela UPP, não tem volta, e será cada vez mais consolidada e ampliada.
O ataque de segunda foi o mais grave já registrado a uma UPP em quatro anos do programa no Rio de Janeiro. Um grupo de bandidos disparou contra um container da unidade, atingindo a policial com um disparo de fuzil. O projétil, segundo a PM, teria atravessado o colete à prova de balas da policial.
Fabiana chegou a ser levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na região, mas ela não resistiu aos ferimentos. A policial estava há pouco mais de um ano na PM e fazia parte do grupo de policiais recém-formados que substituiu homens do Exército na missão de patrulhar o Alemão. A saída definitiva do Exército ocorreu este mês, com a missão de “pacificação” dada como encerrada pelas Forças Armadas.