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Polícia Civil vai passar a analisar imagens de operações

Delegada Martha Rocha determina que comissão faça protocolo das gravações para inibir abusos como os que mostram alguns vídeos vazados recentemente

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
13 Maio 2013, 15h25

A gravação de operações é uma prática comum na Polícia Civil do Rio de Janeiro, que teve início em 2010. Mas nunca houve uma determinação clara sobre o que deveria ser feito com esse material – nem sequer qual ação deveria ser de fato filmada. Todas as decisões ficavam a cargo dos próprios inspetores do Serviço Aeropolicial (Saer). Não se sabe por exemplo quem deve ter acesso às imagens, quem tem a obrigação de verificar o que foi gravado para analisar possíveis excessos ou por quanto tempo cada vídeo deve ficar armazenado.

Na manhã desta segunda-feira, a chefe de Polícia Martha Rocha prometeu mudar isso. Foi preciso, claro, que vazassem imagens de operações mostrando abuso cometidos por policiais. Agora, a delegada quer normatizar o uso dos equipamentos, com a ajuda de uma comissão. “O novo órgão vai estabelecer um protocolo para analisar as imagens das operações com o interesse de avaliar o passado e de projetar o futuro. Como não havia essa rotina, permitia que a decisão de analisá-las fosse algo pessoal”, afirmou, em coletiva à imprensa.

Em um dos vídeos, divulgado neste sábado pelo Jornal Extra, policiais que estão em um helicóptero e traficantes escondidos em um bar trocam tiros por seis minutos. Quando os disparos cessam, o helicóptero desce, e policiais veem três corpos. Apesar de constatar que os bandidos estão mortos e comemorar, os policiais dizem que vão socorrer os feridos. Próximo dali, agentes encontram um homem morto, desarmado, e carregam o corpo até o bar, por 70 metros. As imagens, de 16 de agosto de 2012, foram captadas por câmeras instaladas no próprio helicóptero e no capacete de um dos policiais.

Leia: Corregedoria investiga ação policial em tiroteio no RJ

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Investigação – De acordo com Martha Rocha, o inquérito instaurado na 36ª DP, que apurava os autos de resistência na Favela do Rola, em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade, foi transferido nesta segunda-feira para a Corregedoria Interna (Coinpol). Por determinação da chefia de polícia, parentes dos cinco mortos na operação estão sendo ouvidos. Um dos objetivos é verificar se as duas vítimas que não tinham passagens pela polícia tinham algum envolvimento com o tráfico de drogas.

“Todos os policiais que estavam na operação na favela da Rola serão ouvidos novamente. Vamos refazer a conduta de cada pessoa e identificar quem é o policial que carrega o corpo. Também identificaremos de quem é o corpo que está sendo carregado”, afirmou o delegado da Coinpol, Glaudiston Galeano – que vai presidir a nova comissão. Em nota divulgada no domingo, Martha Rocha afirmou que os envolvidos “terão punição exemplar” porque “a Polícia Civil não compactua com erros nem excessos”.

Reincidência – É a segunda vez em uma semana que uma operação em favelas da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil fluminense, é questionada após o vazamento de vídeos. No dia 5 de maio, o Fantástico, da TV Globo, exibiu imagens da ação na Favela da Coreia que resultou na morte do traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático. O vídeo mostra agentes da Core, em um helicóptero, atirando no carro onde Pereira estava, embora pessoas e prédios estivessem na linha de tiro.

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