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Polícia aguarda lista de peças destruídas no apartamento de Jean Boghici

Marchand deve prestar depoimento na próxima sexta-feira. ‘Samba’, de Di Cavalcanti, e ‘A Floresta’, de Guignard, foram consumidos pelas chamas

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
14 ago 2012, 17h34

“Estou muito chateado, com vontade de chorar. Não é pelos quadros, mas pela minha gata que morreu”, disse Boghici

A Polícia Civil do Rio aguarda para a próxima sexta-feira a lista completa com o que foi destruído no incêndio do apartamento do marchand e colecionador Jean Boghici, 84 anos, em Copacabana, na noite de segunda-feira. Abalado, Boghici pediu um prazo ao delegado titular da 12ª DP (Copacabana), Márcio Mendonça. Boghici, romeno naturalizado brasileiro, deverá prestar depoimento e complementar as informações já colhidas por peritos e policiais na cobertura do edifício 193 da rua Barata Ribeiro, onde mantinha grande parte de sua coleção de arte. Informações preliminares passadas pela filha do marchand a policiais militares indicam que o fogo teria começado em um curto circuito em um aparelho de ar-condicionado.

Veja imagens do apartamento antes da destruição

“Pretendemos ouvir o marchand para ter certeza sobre o que foi destruído. Nesta fase da investigação, trabalhamos com todas as hipóteses, mas acredito que tenha sido acidental. O laudo da perícia vai confirmar o que de fato aconteceu”, disse Mendonça ao site de VEJA.

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A perícia no local foi feita na manhã desta terça-feira. Da rua, é possível observar os dois últimos andares do prédio com paredes escurecidas pelas chamas. Algumas plantas na cobertura, no entanto, resistiram ao incêndio. Boghici, atônito, assistiu da rua à destruição de obras reunidas por ele nos últimos 50 anos.

O marchand confirmou, esta tarde, a destruição dos quadros Samba, de Di Cavalcanti, e A Floresta, de Guignard. Na tragédia para a arte há, no entanto, alguns alentos. As obras O Sono e Sol Poente, de Tarsila do Amaral, e Bichos, de Lygia Clark, teriam sido preservadas.

“O sentimento é de raiva e vingança. Vou me vingar fazendo uma bela exposição no Museu de Arte do Rio. Estou muito chateado, com vontade de chorar. Não é pelos quadros, mas pela minha gata que morreu”, disse Boghici, na porta do prédio. A mulher de Boghici, Geneviève, que chorava, permaneceu todo o tempo ao lado do marido.

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O curador Leonel Kaz confirmou a realização da mostra ‘O colecionador’, com as obras de Boghici, no Museu de Arte do Rio, que ainda será inaugurado. A inauguração do museu estava inicialmente prevista para o primeiro trimestre de 2012. Antes do incêndio, porém, a abertura havia sido adiada para novembro. “Quando se perde um patrimônio que, apesar de pessoal, é nacional também, nenhuma notícia é boa. São patrimônios do Jean e do País. No entanto, muita coisa se preservou. Tanto é que essa exposição ia mostrar pela primeira vez esse conjunto extraordinário que Jean reuniu durante 50 anos, e isso vai ser mostrado. As peças que se foram serão homenageadas“, disse.

(Com Agência Estado)

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