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PMDB mineiro exigiu propina de R$ 400 mil mensais a Cerveró, diz delator

Assistente do ex-diretor internacional da estatal diz que o chefe relatou a ele ter sido afastado do cargo depois de não se comprometer a repassar dinheiro sujo para o partido

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 nov 2015, 11h48

Condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro e a 12 anos e três meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no escândalo do petrolão, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró foi pressionado pelo PMDB mineiro a pagar uma espécie de mensalão – no valor de 400.000 reais – quando ocupava o cargo de cúpula na petroleira. A informação consta de delação premiada do engenheiro elétrico Agosthilde Mônaco de Carvalho, que atuou como assistente de Cerveró na companhia.

Novo delator da Lava Jato, Mônaco disse ter sido informado por Cerveró sobre a pressão de setores do PMDB e afirmou que o ex-diretor foi afastado do cargo depois de não se comprometer a repassar dinheiro sujo para o partido. “O diretor Nestor disse que foi afastado da Diretoria Internacional da Petrobras porque foi pressionado a contribuir com a quantia de 400.000 reais por mês para a bancada do PMDB de Minas Gerais. Por não assumir esse compromisso foi afastado”, detalhou o delator em depoimento à força-tarefa da Lava Jato. Cerveró, contudo, não apontou que integrante do PMDB o havia pressionado e nem os políticos a serem beneficiados com o dinheiro sujo.

Oficialmente Nestor Cerveró deixou a área internacional da Petrobras após ter sido apontado como o responsável por um parecer técnico “falho” envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Ele foi substituído no cargo pelo engenheiro Jorge Zelada, também preso na Operação Lava Jato suspeito de embolsar propina e remeter o dinheiro sujo a contas no exterior. Nas negociações do esquema criminoso, o sucessor de Cerveró seria originalmente João Augusto Henriques, também réu na Lava Jato.

Segundo a acusação do Ministério Público, pelo menos 31 milhões de dólares do esquema do petrolão foram parar nas mãos de Zelada, do ex-gerente Eduardo Musa e do PMDB, responsável pelo apadrinhamento político do ex-dirigente. No esquema, os lobistas Hamylton Padilha, Raul Schmidt Junior e João Augusto Rezende Henriques atuavam como intermediários da negociação, sendo que cabia a Padilha pagar a parte destinada a Eduardo Musa, a Raul Schmidt depositar a propina reservada a Zelada e a João Augusto Henriques pagar o dinheiro sujo ao PMDB.

Um outro delator da Lava Jato, o ex-gerente da área internacional da Petrobras Eduardo Musa foi além e afirmou às autoridades que cabia ao atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como parlamentar, dar a “palavra final” nas decisões da Diretoria Internacional. Cunha foi denunciado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de embolsar 5 milhões de dólares em propina em contratos de navios-sonda com a Petrobras e é investigado em outro inquérito por causa de contas secretas na Suíça supostamente utilizadas para receber dinheiro sujo.

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