PM é ferido em ataque a UPP no Morro do Alemão

Soldado é o sétimo policial baleado por traficantes em favelas consideradas ‘pacificadas’ pelo governo só este ano. Um deles morreu

Por Leslie Leitão 28 jan 2015, 14h14

Policial é baleado em UPP no Morro do Alemão (Reprodução/VEJA)

Criminosos voltaram a atacar uma das bases da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Alemão, no início da tarde desta quarta-feira, causando pânico entre moradores e policiais. Um grupo de bandidos, armados com fuzis e pistolas, começou a disparar por volta das 13 horas contra um contêiner em que funciona uma base, ferindo um soldado no rosto. As imagens publicadas em grupos de WhatsApp mostram um pouco do desespero da tropa, que foi obrigada a se abrigar deitando no chão. Em seguida veio a reação e o conflito durou cerca de 20 minutos.

O policial, que ainda não teve o nome revelado, é o sétimo atingido por tiros disparados por traficantes somente em áreas de UPP – que a Secretaria de Segurança classifica como ‘pacificada’ – somente em 2015. Um deles, o soldado Caio Robson da Silva, não resistiu aos ferimentos durante um ataque no Morro do São Carlos, no Estácio, e foi a primeira vítima fatal este ano. Os números crescentes desde 2012, no entanto, dão a noção da dimensão do problema que vai se agravando. Em 2014, 87 PMs ficaram feridos e outros oito morreram. Nos cinco primeiros anos do projeto UPP (2008 a 2013), foram 39 feridos e oito mortos.

A semana já havia começado com intensos tiroteios no local. Na madrugada de segunda-feira, outros contêineres foram atacados e três policiais ficaram feridos. Na noite do mesmo dia, em outro confronto, um adolescente de 16 anos foi ferido por uma bala perdida. Somente nas duas últimas semanas, 24 pessoas foram atingidas por balas perdidas em todo o Rio de Janeiro, sendo que três acabaram morrendo.

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