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PF abre mais 23 inquéritos para investigar propina a ex-diretor da Petrobras

Investigações buscam esclarecer ligações entre Paulo Roberto Costa e empresas suspeitas - e os contratos firmados com a estatal e órgãos públicos

Por Da Redação
27 jun 2014, 07h51

As investigações da operação Lava-Jato da Polícia Federal já resultaram em pelo menos 23 novos inquéritos – que miram agora empresas suspeitas de pagar propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. As informações são de reportagem desta sexta-feira do jornal O Estado de S. Paulo. Costa é apontado como um dos pivôs do esquema de lavagem de 10 bilhões de reais descoberto pela Lava-Jato.

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As investigações revelaram que empresas-fantasma controladas pelo doleiro Alberto Yousseff, apontado como cabeça do esquema, recebiam em suas contas inexplicáveis depósitos milionários de algumas das mais importantes empreiteiras do país. O dinheiro que entrava de um lado, por meio de contratos simulados de consultoria, saía por outro na forma de repasses a políticos e partidos – os mesmos políticos e partidos que indicavam os apadrinhados que contratavam as empreiteiras pagadoras. Indicado pelo PP à diretoria de Abastecimento da Petrobras, Costa tinha o poder de decidir quando, como e de quem comprar suprimentos, máquinas e serviços. Youssef, por sua vez, decidia quem poderia vender. Para isso, as empresas candidatas precisavam pagar um pedágio.

De acordo com o jornal, o Ministério Público Federal pediu à PF um inquérito para cada empresa que teria repassado dinheiro a Costa – 23 empresas passaram a integrar, portanto, a nova etapa da Lava-Jato. Parte das companhias investigadas consta na denúncia criminal apresentada pelo MP contra Costa à Justiça (ele é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha). Outras empresas fazem parte de planilha em poder do ex-diretor da Petrobras apreendida pela PF. As investigações, agora, buscam identificar a origem das ligações de Costa com as empresas pagadoras e eventuais contratos por elas firmados com a Petrobras e com outros órgãos públicos, informa a reportagem.

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O ex-diretor da Petrobras foi preso em 20 de março, a partir de acusações de ocultação de provas no âmbito da operação Lava-Jato. Há cerca de um mês, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, havia determinado sua libertação. Em liminar, Zavascki suspendeu também todos os inquéritos relacionados à operação policial e às ações penais abertas na Justiça Federal do Paraná contra os investigados, entre eles o doleiro Youssef. Um dia depois, no entanto, Zavascki recuou de sua decisão e manteve as prisões de Alberto Youssef e de outros investigados. Apenas Paulo Roberto Costa permaneceu em liberdade. Ele voltou à cadeia, porém, em 11 de junho, sob a alegação de risco de fuga para o exterior.

O mandado de prisão contra Costa foi expedido pela Justiça a partir da descoberta de 23 milhões de dólares – ou cerca de 51 milhões de reais – em bancos suíços, em contas atribuídas ao ex-diretor pelo Ministério Público Federal. Autoridades brasileiras receberam do Ministério Público da Suíça a informação de que houve bloqueio das contas, determinado administrativamente. Investigadores suíços também descobriram no país cerca de 5 milhões de dólares depositados em contas atribuídas a parentes do ex-diretor.

Além dos recursos na Suíça, Costa possui 1,3 milhão de reais, bloqueados pela Justiça, em contas no Brasil. A Justiça Federal avalia que o patrimônio do ex-diretor é incompatível “com a prévia condição de empregado público, ainda que em cargo de diretoria”. Reportagem do site de VEJA mostrou que o ex-diretor e familiares gastaram mais de 10 milhões de reais nos últimos cinco anos com compra de imóveis.

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