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Pezão monta secretariado para recompensar aliados

Reeleito governador em aliança de 21 partidos, Luiz Fernando Pezão entrega 13 secretarias a deputados e lideranças partidárias. Até o prefeito Eduardo Paes (PMDB) vai nomear secretário para recompensar apoio de Romário (PSB)

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
31 dez 2014, 09h05

Na véspera de ser empossado, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), se desdobra para recompensar aliados da coligação de 21 partidos que o elegeu. Por causa de compromissos políticos, ele alterou a divisão de poder nas 25 secretarias de Estado para premiar deputados e lideranças políticas como o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e o presidente do PMDB no estado, Jorge Picciani. Como exige a velha política, as recompensas são algumas dezenas de cargos comissionados e verbas milionárias.

Secretariado de Pezão

PMDB 15 PSD 3 PP 2 PDT 2 PPS 1 PT* 1 PSC 1

*Apadrinhada do prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PT)

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Dos 25 secretários do novo mandato de Pezão, dez são deputados estaduais, um é deputado federal e dois são lideranças políticas que não se elegeram neste ano. Cinco foram secretários no governo Cabral. Quando o ex-governador passou o cargo a Pezão, em abril, as secretarias eram chefiadas por dez parlamentares e dois presidentes de partidos aliados. Nas palavras de uma liderança peemedebista, “Pezão chegou devendo mais e não tem a relação que Cabral possuía com a Assembleia Legislativa”.

O PMDB manteve controle direto sobre 15 secretarias, das quais Picciani é apontado como padrinho dos novos titulares da Educação, o ex-subsecretário de Educação Antônio Paiva Neto, e da Habitação, o deputado estadual Bernardo Rossi (PMDB). Cabral conseguiu alocar o filho Marco Antônio (PMDB), eleito deputado federal aos 23 anos, na Secretaria dos Esportes, com ampla exposição sobre assuntos das Olimpíadas de 2016 e um orçamento superior a 10 milhões de reais por ano.

Outro cacique do PMDB agraciado por Pezão foi o atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Melo (PMDB), que vai ser o secretário de Governo e conseguiu indicar o diretor-geral da Assembleia Legislativa, José Carlos Araújo, para ser o novo presidente do Detran-RJ. Melo terá ainda liberdade para se licenciar do posto e concorrer a uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.

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O partido de Pezão contará também com burocratas em duas novas estruturas com status de secretaria, que terão verbas e cargos independentes das outras pastas. O ex-subsecretário de Obras Vicente Loureiro vai comandar a Câmara Metropolitana, órgão criado por Pezão para “planejar” a região metropolitana do Rio, e Hudson Braga, ex-secretário de Obras e antigo aliado do governador, vai chefiar a Coordenadoria de Infraestrutura e Integração Governamental.

Os peemedebistas cederam a Secretaria de Saúde para o deputado estadual Felipe Peixoto (PDT), que seria o candidato a vice-governador de Pezão, mas retomaram a Secretaria Estadual dos Transportes, administrada pelo PP desde 2007.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), também precisou se mexer para honrar os compromissos de Pezão e abrir vaga na Assembleia Legislativa para o aliado Tiago Mohamed (PMDB), ex-subprefeito da Barra da Tijuca. Em troca do apoio a Pezão, o ex-jogador e deputado federal Romário de Souza (PSB), eleito senador, conseguiu indicar o ex-vice-presidente do Flamengo Marcos Braz para a Secretaria Municipal de Esportes do Rio. E Paes aceitou deixar o deputado estadual Rafael Picciani (PMDB), filho de Jorge, no comando da Secretaria Municipal de Transportes.

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A divisão de secretarias estaduais, no entanto, deixou insatisfeita boa parte da coligação que elegeu Pezão. O PTB perdeu a Secretaria de Envelhecimento Saudável para o deputado estadual José Luiz Nanci (PPS), cujo partido aderiu à campanha de Pezão com o PSDB e o DEM após quase oito anos de oposição do trio a Cabral na Assembleia. O licenciamento de Nanci interessa ao PSDB, porque abre vaga para o deputado estadual Gerson Bergher (PSDB) assumir uma suplência. Outro foco de tensão foi a Secretaria de Assistência Social, ambicionada pelo Solidariedade (SD), mas entregue a Teresa Cosentino, apadrinhada do prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PT). Ex-titular da pasta no governo Cabral, o prefeito foi recompensado, porque não aderiu à candidatura do senador Lindbergh Farias (PT), derrotado em primeiro turno na disputa pelo Palácio Guanabara.

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