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Petistas já temem perda de apoio a Dilma no Nordeste

Em conversa com Lula após missa em homenagem ao ex-governador morto, presidente avaliou impacto da entrada da ex-senadora Marina Silva na disputa

Por Da Redação
18 ago 2014, 08h27

A entrevista que a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) concederá na noite desta segunda-feira ao Jornal Nacional, da Rede Globo, já deve indicar a mudança de postura da petista com base no “fator Marina”. A entrada da ex-senadora Marina Silva na disputa ao Planalto e os votos que ela pode tirar do PT no Nordeste foram os principais assuntos da presidente e de seu antecessor durante encontro que tiveram no domingo, no Recife, logo depois da missa de corpo presente do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.

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Após a cerimônia fúnebre, Dilma e Lula pegaram o mesmo carro. Aproveitaram para conversar sobre a realidade surgida com a morte de Campos e sobre a possibilidade de perda de votos para Marina. Há uma preocupação no governo de que a comoção observada com as circunstâncias trágicas da morte de Campos possa reverter em votos para a ex-ministra no Nordeste, especialmente em Pernambuco. O principal temor se deve ao fato de que se considerava que a petista já estivesse consolidada na região.

Duas etapas – A possibilidade de segundo turno também preocupa. Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira indica que a entrada de Marina na disputa torna o quadro um fato: a ex-senadora tem 21% dos votos, empatada com Aécio Neves (PSDB), 20%, na segunda colocação. Dilma tem 36%. No segundo turno, Marina aparece à frente de Dilma – 47% a 43% -, mas em situação de empate técnico levando-se em consideração o limite da margem de erro. O PT trabalhava com esse quadro, mas torcia para que ele não se concretizasse. Com Marina na disputa e a comoção em torno de Campos, os petistas acreditam que muitos eleitores que estavam indecisos ou desiludidos com a política poderão aderir à ex-ministra do Meio Ambiente. De fato, o Datafolha mostra que a taxa dos que votariam em branco ou em nulo caiu de 13% para 8%. Os eleitores indecisos passaram de 14% para 9%. Muitos acreditam que Marina conseguirá arrebatar os descontentes de junho do ano passado e descrentes da política, que poderão apostar nela, como válvula de escape.

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Num segundo turno, os candidatos têm o mesmo tempo de propaganda na TV. No primeiro, Dilma tem ampla vantagem. A petista dispõe de 11 minutos, Aécio, pouco mais de 4 minutos e meio e Marina, cerca de 2.

Preferência – Os petistas preferem enfrentar o tucano Aécio Neves na segunda etapa da disputa. Acreditam que o tradicional discurso polarizado antielite funciona. Apesar de haver consenso de que o segundo turno se tornou uma realidade, ainda há dúvidas se a comoção se manterá até 5 outubro, dia da eleição. Ou seja, espera-se um crescimento inicial da ex-ministra. Resta saber se ele se manterá até o momento de o eleitor ir à urna.

Apesar do quadro que possa ser ainda desenhado, interlocutores de Dilma estão convencidos de que ela chegou ao seu piso de votos e que não cairá abaixo de 36%, mesmo que o fenômeno Marina possa voltar. A mudança na candidatura do PSB preocupa também o comando de campanha dos tucanos. O grupo de Aécio diz, porém, que o PT perderá mais. O raciocínio é que Campos, como Aécio, apresentava um programa econômico mais liberal. Agora, com a saída dele, é provável que os tucanos fiquem sozinhos nesse campo, pois Marina tende a seguir um perfil com maior presença do Estado na economia.

Como Aécio é o preferido do agronegócio e Marina, considerada hostil pelo setor, os tucanos acreditam que terão apoio no setor rural. Na opinião deles, Dilma também não conseguiu agradar ao agronegócio.

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(Com Estadão Conteúdo)

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