Peregrinos cantam e dançam até nas filas de espera
Demora de três horas para retirar kits não afeta o humor dos católicos. Aglomeração no Sambódromo complicou o trânsito no centro da cidade
Centenas de jovens de diversas partes do mundo enfrentaram até três horas de fila para retirar os kits peregrinos, na manhã desta terça-feira, no Sambódromo. O que poderia ter sido motivo de reclamação, no entanto, se transformou em confraternização. Com bandeiras e instrumentos musicais, os jovens cantavam, dançavam e aproveitaram para registrar com celulares as primeiras imagens da Jornada Mundial da Juventude.
Os motoristas que precisavam chegar ao centro do Rio, no entanto, não tiveram motivos para comemorar. A concentração dos peregrinos, que ocuparam parte da rua Benedito Hipólito, complicou o trânsito na região central da cidade, num momento em que o tráfego normalmente já é congestionado.
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Morador do Paraná, Rodrigo Moura, 18 anos, veio para o Rio com 27 amigos. O jovem contou que aproveitou a fila para conhecer pessoas de outros países, como os argentinos Alan Moyano, 23 anos, e o sacerdote argentino Emanuel Dalleva, 26, que faziam parte de um grupo de quarenta argentinos. “Vamos tentar conhecer o Cristo e, depois, vamos para a missa, em Copacabana”, contou Moura.
Já Dalleva quer passar a tarde no Riocentro, na feira vocacional. “No fim do dia, todos nós iremos para Copacabana. Mas nossa expectativa maior é ver o papa Francisco. Vai ser uma emoção especial ver pessoalmente um papa argentino”, contou.
Um grupo de amigos de João Pessoa chegou à cidade no início da manhã e foi buscar os kits direto do aeroporto. Enquanto um amigo enfrentava a fila, que se estendeu por três quadras, a psicóloga Ingrid Brasilino, 22 anos, cuidava das malas, dispostas sob o viaduto.
“Saímos de João Pessoa às 3h e decidimos vir direto. A fila está grande, mas a gente espera com calma. Saímos de longe na esperança de ver o papa Francisco de perto”, contou a jovem.
Do outro lado da rua, cerca de trinta peregrinos que saíram de Porto Rico dançavam e atraíam os olhares de cariocas que iam para o trabalho. “Estamos mostrando um pouco da nossa cultura”, contou Kerllen Negrín. 18 anos, que veio de Porto Rico com outros 104 católicos.