Operação contra quadrilha de abortos prende médicos e policiais no RJ
Cerca de 500 agentes foram deslocados para cumprir 75 mandados de prisão preventiva e 118 de busca e apreensão
Atualizado às 16h20
Pelo menos 57 pessoas foram presas nesta terça-feira em uma operação deflagrada pela Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) do Rio de Janeiro, segundo o órgão. Entre os presos, há três médicos, quatro policiais civis, dois policiais militares e um bombeiro. Ao todo, a Operação Herodes – a maior de combate a quadrilhas que praticam aborto no Brasil – cumpre 75 mandados de prisão preventiva e 118 de busca e apreensão. Entre os procurados estão dez médicos, oito policiais civis, quatro policiais militares, três advogados, um falso médico, um bombeiro militar e um militar do Exército.
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Dividida em sete núcleos, a quadrilha atua na capital e na Região Metropolitana fluminense e realiza abortos em mulheres em diferentes fases de gestação e cobram preços variados, dependendo da etapa da gravidez. Gestantes de outros Estados também são atendidas, sempre em locais sem condições mínimas de higiene e salubridade, expondo a integridade física e a saúde das mulheres. Os envolvidos nos crimes podem ser indiciados por homicídio qualificado, aborto, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.
A investigação durou quinze meses e gerou um inquérito policial com 56 volumes e 14.108 páginas. Para o cumprimento dos mandados, foram deslocados setenta delegados, 430 agentes da Polícia Civil, 150 viaturas e apoio da Corregedoria Geral Unificada (CGU), da Corregedoria Interna da Polícia Militar e do Exército Brasileiro. Há equipes atuando também no Espírito Santo e em São Paulo para cumprir os mandados expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital.
(Com Estadão Conteúdo)