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PDT opera “escritório paralelo” no governo Alckmin

Alexandre Pereira da Silva, filho do deputado Paulinho da Força, recebe prefeitos, decide sobre aplicação de recursos e toma decisões institucionais sem que tenha sido nomeado oficialmente para a função

Por Da Redação
18 jul 2012, 09h30

Alexandre Pereira da Silva, filho do candidato do PDT à prefeitura de São Paulo, o deputado Paulo Pereira da Silva, conhecido como Paulinho da Força Sindical, comanda um escritório paralelo na Secretaria de Estado de Emprego e Relações do Trabalho, controlada por pedetistas. No local, recebe prefeitos, decide sobre aplicação de recursos e toma decisões institucionais sem que tenha sido nomeado oficialmente para exercer a função.

Chefe informal da Coordenadoria de Operações desde março, quando o sindicalista Carlos Ortiz assumiu a secretaria por indicação de Paulinho, Alexandre, de 32 anos, é responsável por uma rede de 243 Postos de Atendimento ao Trabalhador, os PATs. Criados em parcerias com as prefeituras, esses postos são importantes vitrines eleitorais no interior. Oferecem serviços como habilitação ao seguro-desemprego, emissão de carteira de trabalho e qualificação profissional. Os PATs movimentaram cerca de 10 milhões de reais em 2011.

No papel, quem aparece como coordenador de Operações da pasta é Marcos Akamine Wolff, um funcionário de carreira sem ligações com o PDT. Questionado sobre a atuação de Alexandre, Marcos disse que “ele é um assessor do secretário” e que “presta assessoria à sua coordenadoria”.

Estrutura de chefe – O filho de Paulinho da Força, no entanto, tem um gabinete no segundo andar da secretaria, em prédio no centro da capital, e até secretária. A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo ligou para a pasta e pediu para falar com o coordenador de Operações. A secretária afirmou que era Alexandre quem respondia pelo cargo.

A página da secretaria chegou a divulgar notícia em que Alexandre recebia, como o coordenador de Operações, um prefeito do interior a fim de “discutir ações realizadas no município”.

No dia 27 de junho deste ano, às 16h07, a secretária de Alexandre, funcionária do governo, mandou um e-mail para colegas de trabalho no qual dizia: “Prezados Senhores, em nome do coordenador de Operações, sr. Alexandre, solicito que encaminhem até o dia 4 de julho de 2012 relatórios atualizados sobre o andamento dos seus PATs”.

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O PDT passou a controlar a Secretaria de Emprego após acordo costurado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) no qual Paulinho se comprometeu a apoiar sua reeleição em 2014. A nomeação faz parte da estratégia do PSDB de se aproximar do movimento sindical, historicamente ligado aos petistas.

Alexandre, integrante do diretório estadual do PDT, que é presidido por seu pai, não é o único integrante do partido que passou a ocupar postos na hierarquia da pasta depois da indicação de Ortiz. O chefe de gabinete da secretaria, o advogado Cristiano Vilela de Pinho, é secretário de Assuntos Jurídicos da legenda. Luciano Martins Lourenço, ex-assessor de Paulinho e também integrante dos quadros pedetistas no estado, foi nomeado coordenador de Políticas de Inserção no Mercado de Trabalho.

Na ponta – Ortiz também nomeou integrantes do PDT para os Centros Regionais da secretaria, espalhados pelo interior. Levantamento feito pela reportagem mostra que, de 21 deles, em pelo menos 8 há relação com o PDT. É o caso de São José do Rio Preto, onde foi nomeado diretor Fabio Amaro da Silva, integrante do diretório municipal do PDT.

Walkyria Andrades, mulher do presidente do PDT de Itapetininga, foi indicada para o centro de Sorocaba; Marcio Bento Villalva, secretário de Finanças do PDT paulistano, agora é diretor em Ribeirão Preto, e Paulo Alexandre Lopes, diretor do centro de Presidente Prudente, é líder do PDT no município.

O outro lado – A Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que Alexandre é contratado via Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação (Fundac), que mantém acordo com a pasta. De acordo com a secretaria, “o escopo do contrato é prestar serviços de assistência técnica à coordenação de políticas de emprego e renda ao Programa Estadual de Qualificação Profissional”.

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Questionado sobre o fato de Alexandre, que é administrador de empresas, atuar numa coordenadoria para a qual oficialmente não foi nomeado, a assessoria de imprensa da secretaria afirmou que “o site da secretaria será corrigido”, numa referência à notícia da própria pasta, em que apresenta o filho de Paulinho como o coordenador de Operações.

A assessoria de imprensa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) não comentou o caso. Paulinho e Alexandre também não se pronunciaram.

Indagada sobre as nomeações de pessoas ligadas aos quadros do partido nos escritórios regionais das secretarias, a Secretaria de Emprego afirmou que “todos têm ou tiveram atuação no movimento sindical ou no serviço público”. Disse ainda que “suas indicações foram realizadas atendendo aos dispositivos legais”.

Sobre a nomeação do ex-assessor de Paulinho, Luciano Martins Lourenço, para coordenador de Políticas de Inserção no Mercado de Trabalho, a secretaria afirmou que “ele é graduado em direito pela Universidade Paulista, foi diretor do Sindicato dos Químicos da Baixada Santista e diretor de Relações Sindicais da Força Sindical”.

(Com Agência Estado)

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